Nacional
Educação é ferramenta importante no combate à discriminação contra os idosos, dizem debatedores

O etarismo, ou a discriminação às pessoas mais velhas por causa da idade, piorou durante a pandemia do novo coronavírus. A avaliação foi feita por especialistas, reunidos pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados na última quarta-feira (29), que colocam esse preconceito dentro de um quadro de violência contra os idosos.
O debate foi feito em alusão a 15 de junho, um dia internacional de conscientização sobre a violência que atinge essa parcela da população, e lembrou também o Junho Violeta, campanha nacional de combate às agressões e abusos que têm os maiores de 60 anos como vítimas.
O promotor de Justiça Alexandre Alcântara, do Ministério Público do Ceará, mostrou um aumento de 81% nos registros de violência contra idosos no Disque 100, canal de denúncias do governo federal, neste período de crise sanitária.
O representante da Organização Pan-Americana de Saúde Ariel Karolinski lembrou que, até 2030, estamos na Década Internacional do Envelhecimento Saudável, uma oportunidade de combater a violência contra o idoso. Ele acrescentou que, embora o envelhecimento da população brasileira seja mais acelerado que o dos países vizinhos, há uma prioridade baixa nas políticas públicas para os idosos.
Os especialistas sugeriram a educação como a principal ferramenta contra o preconceito. O geriatra Alexandre Kalache prefere chamar a discriminação contra os mais velhos de “idadismo” e afirma que ela é reforçada pelas desigualdades sociais do País. Ele citou políticas públicas que perpetuam um viés negativo e estereotipado da velhice, assim como a infantilização na comunicação com o idoso.
Para o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, deputado Denis Bezerra (PSB-CE), a discriminação é um dos maiores desafios da população que envelhece.
“Estereótipos ligados à idade podem contribuir para que o idoso adote comportamentos de risco como uma má alimentação, alcoolismo, tabagismo, prejudicando a saúde e encurtando a expectativa de vida. Faz parte de nosso trabalho na comissão lutar contra o etarismo em todas as suas formas, incluindo aquelas mais sutis.”

A coordenadora da Frente Nacional de Fortalecimento às Instituições de Longa Permanência (Ilpis), Karla Giacomin, levou para o debate alguns exemplos do preconceito: quando, numa consulta médica, o profissional de saúde só se dirige ao acompanhante do idoso; no supermercado, quando o cliente mais velho ouve reclamações porque é lento; no cotidiano, ao ser taxado de ignorante pela falta de habilidade com o celular.
“Quando eu falo que um preto é um ‘preto de alma branca’, eu estou sendo absolutamente racista. Quando eu falo que um velho é um ‘velho de espírito jovem’, eu estou fazendo exatamente a mesma coisa, mas eu acho que eu estou valorizando ele”, afirma Giacomin. Segundo ela, vão sendo criados eufemismos para evitar assimilar a velhice como uma parte natural e desejável da vida.
O representante da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, Renato Gomes, falou das ações do governo federal para conscientizar a sociedade sobre o respeito e a valorização dos idosos. Ele apontou os impactos negativos do uso das redes sociais de forma inadequada.
“Os chamados ‘memes’ das redes sociais acabam reforçando a discriminação e o estigma sobre o processo de envelhecimento que deve sobretudo ser reconhecido como um fenômeno natural da vida. Infelizmente, por conta de uma construção histórica e social, nós acabamos tendo essa concepção equivocada sobre o que de fato é o envelhecimento.”
O representante do governo federal informou que está sendo planejado um guia de boas práticas intergeracionais, direcionado aos gestores municipais. Ele também recomendou como material de combate ao etarismo a cartilha “Quem Nunca”, lançada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Rachel Librelon
Fonte: Câmara dos Deputados Federais

Nacional
Projeto reconhece academias como locais de ações de promoção da saúde


O Projeto de Lei 2173/22 reconhece as academias de ginástica como locais de práticas de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. Pelo texto, elas também passam a ser vistas como componentes de atenção básica em saúde, incluindo seus espaços físicos.
A proposta prevê que cabe ao Executivo estabelecer os critérios de habilitação, credenciamento e custeio da academia para recebimento de possíveis incentivos.
O objetivo do projeto é organizar a oferta, o financiamento do custeio da prestação, o investimento de implantação e a ampliação dos espaços em região prioritária a ser atendida, além de prover infraestrutura adequada aos programas de saúde. O texto também pretende qualificar o componente de trabalho no sistema de apoio à implementação de políticas em saúde.
O autor da proposta, deputado Nereu Crispim (PSD-RS), acrescenta que a medida busca estimular a expansão de políticas públicas e de ações estratégicas de mobilização da comunidade.
“O texto foi inspirado em iniciativas municipais que agregavam a prática da atividade física a outras ações de promoção da saúde. Recife (PE), Curitiba (PR), Vitória (ES), Aracaju (SE) e Belo Horizonte (MG) são exemplos de cidades que potencializaram o uso de espaços públicos como ambientes de inclusão, participação social, lazer e de promoção da cultura da paz, inserindo o Programa Academia da Saúde (PAS) no âmbito da atenção primária à saúde”, explicou Crispim.
Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; do Esporte; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei
Reportagem – Luiz Gustavo Xavier
Edição – Marcelo Oliveira
Fonte: Câmara dos Deputados Federais
Nacional
Empregados da Caixa cobram punição aos denunciados por assédio sexual


Empregados da Caixa Econômica Federal cobraram nesta quinta-feira (18) mais rapidez na apuração das denúncias de assédio sexual contra a gestão da instituição financeira. Eles reiteraram a existência de cultura permissiva ao assédio no banco, por meio de aliciamento de funcionários e acobertamento de crimes.
O tema foi discutido durante audiência pública da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados.
Os relatos de assédio sexual que ocorriam dentro do banco e eventos externos com a participação de seu presidente, Pedro Guimarães, culminaram na demissão do executivo em junho.
As investigações sobre o caso ocorrem em processos sigilosos no Ministério Público do Trabalho, bem como na corregedoria da estatal e em uma empresa de investigação externa. Até o momento, os processos ainda não foram concluídos.
“Foi com vergonha que expliquei para os meus colegas de trabalho daqui que me perguntam se já houve alguma punição, algum desdobramento das denúncias, que no Brasil as coisas andam mais devagar. E que a palavra de dezenas de mulheres ainda vai ser julgada”, relatou uma das vítimas de assédio responsável pela denúncia, a funcionária do banco, Carolina Lacerda Tostes, que hoje está no Canadá.
Durante a audiência, Tostes não deu detalhes sobre seu caso, mas disse que foi de menor gravidade, se comparado a outras denúncias. Segundo ela, uma das vítimas disse ter ouvido do ex-presidente, Pedro Guimarães, a ordem de “levanta aí para eu ver se você está de biquíni”, antes do início de reunião de trabalho on-line.
Assédio como modelo de gestão
A representante dos empregados da Caixa, Rita Serrano, também cobrou a apuração sobre as denúncias e reiterou a prática do que chamou de “assédio institucionalizado”. Ela explicou que a empresa passou, nos últimos três anos, por um processo de rotatividade nos cargos de direção, bem como de demissão de diversos funcionários que atuavam em posições estratégicas do banco, sem justificativa, como forma de retaliação.
“Até que se chegasse a um momento em que o presidente da empresa se sentisse à vontade para cometer casos de assédio sexual, com o aumento drástico do assédio moral e da pressão sobre os trabalhadores”, sustentou.
Outro a falar sobre o ambiente tóxico de trabalho na estatal, o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae), Sérgio Takemoto, reiterou que o assédio virou um “modelo de gestão” na empresa.
Ele citou levantamento da Fenae que entrevistou mais de 3 mil empregados do banco em 2021, pelo qual 60% deles afirmaram haver sofrido assédio moral; e mais de 90% já ter sofrido algum tipo de pressão no trabalho.

Sem punição
A deputada Erika Kokay (PT-DF), que solicitou a audiência, observou que não houve a responsabilização, na própria Caixa, das pessoas denunciadas por esses crimes. “Várias pessoas na Caixa foram destituídas de suas funções, mas assumiram outras funções, às vezes com remunerações maiores”, afirmou.
Ela reforçou que as administrações que se omitem a punir essas práticas se tornam responsáveis por elas.
Kokay também relatou a existência de esquema de acobertamento de crimes na instituição. “O crime pressupõe a existência de redes: uma pessoa que diretamente agride, o assediador, mas existe uma rede que se constrói em apoio a essa pessoa”, explicou.
Nessa mesma linha, a ex-presidente do banco Maria Fernanda Ramos Coelho frisou que o discurso da meritocracia dentro da Caixa “nada mais serve do que para mascarar as desigualdades”.
“O que nós vimos nos últimos três anos foram retiradas de funções sem justificativa. Não porque a pessoa tinha tido mal resultado, ou não atingido as metas, mas para mostrar que precisava se subordinar à chefia”, ressaltou.

Represálias
Já a representante do Ministério Público do Trabalho, Melícia Alves Mesel, alertou para um “pacto de solidariedade e silêncio” entre as vítimas de assédio comum no ambiente corporativo, em razão do medo de represália.
Para quebrar esse paradigma, a procuradora destaca a importância da denúncia, ainda que seja uma iniciativa individual. “Se uma trabalhadora denuncia, outras vêm a reboque, porque se sentem encorajadas”, reforçou.
Treinamento
Como política contra o assédio, a representante de trabalhadores do setor financeiro da Central Única de Trabalhadores (CUT), Fernanda Lopes, sugeriu um treinamento específico voltado a informar sobre o que constitui o crime de assédio sexual.
“O corpo da mulher é dela, então se ela não te autorizou a dar um aperto de mão, isso já é uma violação”, frisou.
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados Federais
Nacional
Proposta susta programa federal no arquipélago do Marajó, no Pará


O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) 157/22 susta o Decreto 10.260/20, que instituiu o programa “Abrace o Marajó” e prevê estratégia de desenvolvimento socioeconômico dos municípios daquele arquipélago, localizado no estado do Pará. O texto está em análise na Câmara dos Deputados.
“O Decreto 10.260/20 viola direitos dos povos tradicionais do Marajó, bem como impõe interesses econômicos em detrimento da participação da população por meio de conselhos populares e consultas prévias”, argumentaram os autores da proposta, o deputado João Daniel (PT-SE) e outros seis parlamentares.
“A Constituição prevê, em diversos dispositivos, a participação dos cidadãos na formulação, na implementação e no controle social das políticas públicas. O cerne é a fiscalização das ações do poder público, mas isso possibilita também a participação efetiva da comunidade nas decisões”, disseram os parlamentares.
Tramitação
O projeto será analisado pelas comissões de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário.
Reportagem – Ralph Machado
Edição – Roberto Seabra
Fonte: Câmara dos Deputados Federais
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