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Repatriado de Gaza recebe ameaças no Brasil e pede proteção ao governo

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Após desembarcar no Brasil, na última segunda-feira (13), o palestino com cidadania brasileira Hasan Rabee e a família passaram a receber ameaças pelas redes sociais. De acordo com a advogada Talitha Camargo da Fonseca, que representa o repatriado, o número de ameaças já passa de 200.  

“Essas mensagens têm enquadramento criminal e injúria racial, xenofobia, ameaça de execução, calúnia, difamação e perseguição, porque algumas mensagens vieram mais de uma em sequência, em dias seguidos”, detalhou a advogada, especializada em Direito Internacional e Direitos Humanos.  

Segundo a Talitha da Fonseca, circulam na internet vídeos com recortes do momento em que Hasan Rabee desembarcou na Base Aérea de Brasília junto a outros repatriados de Gaza, quando foram recebidos pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros.  

“Há vídeos perigosos porque eles trazem, para além da figura do Hasan, recortes e montagens do Hasan em momentos em que ele chega em solo nacional. São fotos dele com o presidente Lula, fotos dele com os ministros. Isso é de uma gravidade gigantesca, porque só prova a polarização desse país, e só prova o quanto a nossa sociedade está doente”, afirmou.  

Hasan Rabee, 30 anos, ficou conhecido por divulgar vídeos e mensagens mostrando os bombardeios na Faixa de Gaza, estragos e as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros para conseguir água, comida e sair da região do conflito entre Israel e Hamas.  

Para a advogada, é uma situação absurda que Hasan e a família, após o sofrimento enfrentado em Gaza, serem expostos a outros tipos de violência no Brasil.  

“É inadmissível imaginar que vítimas de guerra chegando ao país têm que enfrentar uma nova guerra contra discurso de ódio”, disse.  

Proteção 

Talitha da Fonseca apresentou um pedido para que Hasan seja incluído no Programa de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos, coordenado pelo Ministério dos Direitos Humanos. 

A advogada informou ter recebido informação de que o caso de Hasan já está em análise. O ministério divulgou na tarde desta quinta-feira (16) nota explicando como é o acesso aos programas de proteção de cidadãos e as etapas para a inclusão. Os nomes dos protegidos não são revelados. “O MDHC reforça a posição de que são condenáveis todas as manifestações de ódio ou ameaça, sejam elas contra quem for. Não há lugar para o antissemitismo, islamofobia ou qualquer tipo de preconceito ou discriminação”, diz em nota. 

Hasan e a família receberão apoio psicológico pelo Institui Pró-Vítima, em São Paulo, onde vivem. 

Agência Brasil procurou Hasan para falar sobre as ameaças, mas ele preferiu não se manifestar.  

A defensora disse que eles estão abalados com a situação, porém recomendou que ele tente retomar a rotina com a esposa e as duas filhas, de 6 e 3 anos de idade. 

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Naturalizado brasileiro, Hasan Rabee trabalha como vendedor na cidade de São Paulo (SP) há 10 anos, desde que resolveu deixar a Palestina por causa dos conflitos com Israel. Ele foi a Gaza para visitar a família com as filhas e a esposa brasileiras, quando o conflito teve início no dia 7 de outubro.

Fonte: EBC GERAL

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Pesquisas brasileiras ajudam a entender vida na Antártica

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Dois estudos realizados por pesquisadores brasileiros, com base em fósseis encontrados na Antártica, ajudam a compreender a vida no continente há mais de 66 milhões de anos. Os pesquisadores estudaram vestígios de ossos de aves e de folhas em duas ilhas antárticas, que datam do período Cretáceo (entre 145 milhões e 66 milhões de anos atrás).

O primeiro estudo, realizado na ilha de Vega, contou com a participação de equipes do Museu Nacional do Rio de Janeiro, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade do Contestado, em Santa Catarina (UNC). Os cientistas localizaram dois fósseis de fragmentos de ossos de aves diferentes.

Analisando a anatomia dos ossos, os pesquisadores constataram que se trata de espécimes do grupo Neornithes, que inclui as aves modernas, ampliando o número de fósseis desses animais datados do Cretáceo e contribuindo para elucidar as trajetórias evolutivas iniciais das aves modernas e sua resiliência durante o evento de extinção do Cretáceo-Paleogeno (que extinguiu os dinossauros).

“Fósseis de aves primitivas predominam nos depósitos fossilíferos de idade cretácea do mundo todo, enquanto as aves modernas (Neornithes) são raras. Aparentemente, as adaptações das aves modernas não garantiram um sucesso diferencial quando comparado às aves primitivas da mesma época. Contudo, o único depósito fossilífero do mundo, onde as  aves modernas são mais abundantes do que as aves primitivas e os dinossauros não avianos, é na Antártica. Nessa pesquisa questionamos o por quê de as aves modernas serem tão abundantes na Antártica durante o Cretáceo por meio da descrição desses novos achados e uma extensa revisão da literatura paleontológica”, afirma Geovane Souza, do Museu Nacional.

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Segundo ele, a Antártica, que no Cretáceo tinha um clima mais ameno e não era coberta de gelo, pode ter servido de refúgio para os ancestrais das aves modernas durante o evento de extinção. “Nesse cenário, a Antártica teria atuado como refúgio para a vida terrestre durante o cataclisma, principalmente para as Neornithes que viviam em abundância por ali”.

O segundo estudo também contou com uma equipe do Museu Nacional, além de pesquisadores das universidades Federal de Pernambuco (UFPE), do Contestado (UNC), Federal do Espírito Santo (UFES) e Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e foi realizado na Ilha Nelson, no arquipélago de Shetland do Sul. 

Os pesquisadores localizaram 15 fósseis de espécies vegetais do gênero Nothofagus, que contêm vestígios de interação de insetos com as plantas, principalmente túneis produzidos por pequenas larvas no interior das folhas.

“O estudo das interações inseto-planta no continente é muito escasso, no entanto trazemos aqui registros inéditos dessa evidência para o Cretáceo Superior (Campaniano). Essas descobertas nos ajudam a entender melhor as relações ecológicas nos ecossistemas antárticos”, explica o doutorando da Universidade Federal do Pernambuco, Edilson Bezerra Dos Santos Filho.

Os dois estudos foram publicados em novembro deste ano, na revista Anais, da Academia Brasileira de Ciências (ABC). Segundo o diretor do Museu Nacional, Alexandre Kellner, que coordena o Paleoantar (projeto de pesquisas brasileiras de paleontologia na Antártica) e é coautor dos estudos, isso mostra que o Brasil precisa investir na pesquisa antártica.

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“É importante as pessoas entenderem que o Brasil precisa continuar fazendo pesquisa na Antártica, porque o futuro daquele continente vai ser decidido apenas por aqueles países que ali mantêm atividade de pesquisa. Ficamos muito felizes com essas descobertas e acho que o Brasil está no caminho certo, é só dar um pouco de verba que conseguimos fazer”.

Fonte: EBC GERAL

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Taxa para uso da infraestrutura de operadoras divide teles e big techs

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O Brasil testemunhará, nos próximos meses, uma queda de braço entre gigantes que prestam serviços relacionados à internet no país. De um lado, as chamadas big techs, grandes empresas de tecnologia e inovação que desenvolvem bens e oferecem serviços por meio da rede mundial de computadores. Do outro, as empresas de telecomunicações (teles), que fornecem toda a infraestrutura de internet para os lucros das big techs.

O centro da disputa tem dois nomes, mas é uma coisa apenas. As empresas provedoras de internet o chamam de fair share (divisão justa, em português). Já as big techs o chamam de network fee (taxa de rede). Ambos termos se referem à proposta apresentada pelas teles, de dividir os custos de manutenção da infraestrutura necessária à prestação do serviço de internet com as big techs, provedoras de boa parte do conteúdo que circula por essa infraestrutura.

Conexis

Representante do setor de telecomunicações e de conectividade, a Conexis Brasil Digital (antiga SindiTelebrasil) defende que os as big techs provedoras de conteúdo digital “também remunerem o uso massivo das redes de telecomunicações, para assegurar o crescimento do ecossistema da conectividade como um todo”.

De acordo com a Conexis, as big techs são responsáveis por mais de 82% do tráfego total nas redes móveis, sem que façam qualquer contribuição para melhorar a qualidade das redes. “Para o setor de telecomunicações, é essencial que se estabeleça a obrigatoriedade de uma justa contribuição dos provedores de conteúdo digital pelo uso das redes das empresas detentoras dessas infraestruturas de telecomunicações”, informou à Agência Brasil a entidade.

Ainda segundo a Conexis, o crescimento do uso das redes tem se mostrado “um desafio para os investimentos das operadoras”, e isso gera um aumento nos custos inversamente proporcional ao valor cobrado dos usuários.

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“Enquanto o tráfego de internet no Brasil cresceu 62,7% na última década e, em cinco anos, a demanda por investimento nas redes subiu 50%, nos últimos cinco anos houve uma queda real de 9% nas receitas de telecomunicações, fruto de um mercado competitivo onde o preço acaba sendo um diferencial para a conquista dos clientes”, complementou.

A Conexis acrescenta que muitos dos serviços oferecidos pelos provedores de internet tiveram uma “rápida evolução”, e que isso acabou por criar um ambiente de concorrência desequilibrada entre as big techs e as empresas de telecomunicações, uma vez que estas precisam manter a infraestrutura com “massivo investimento”, enquanto as big techs, que são as grandes usuárias, não pagam pelo uso destas redes.

AIA

Diante dessa situação e da possibilidade de serem taxadas pelo uso da infraestrutura das operadoras de internet, gigantes das big techs (como Google, Meta, Netflix, Kwai, Mercado Livre e Amazon, bem como associações de emissoras de rádio e televisão, de empresas de inteligência artificial, de softwares e de telemedicina, entre outras) se juntaram e criaram uma entidade com o propósito único de evitar a nova taxa sugerida pelas empresas operadoras de telecomunicações: a Aliança pela Internet Aberta (AIA).

Para o cargo de presidente, a AIA escalou o ex-deputado pelo PSB do Rio de Janeiro Alexandre Molon, que tem feito o papel de porta-voz da entidade.

Durante o lançamento da Aliança, Molon disse que “o debate está invertido”, uma vez que as pessoas pagam pelo acesso à internet para ter acesso aos conteúdos ali disponibilizados. “Isso, portanto, não é problema, mas a razão de existência da internet”, argumentou.

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Molon acrescenta que a infraestrutura usada para viabilizar o serviço de internet não é custeada pelas empresas de telecomunicações, e sim pelos consumidores que já pagam pelo serviço.

A Aliança defende mais transparência, por parte das teles, no sentido de identificar o real custo dessa infraestrutura para, a partir dele, ampliar o debate sobre o assunto. “Quanto se gasta para manter essa infraestrutura? As telecons precisam apresentar os dados de custos e gastos para manutenção dessa infraestrutura. Ao que parece, os números são muito positivos. É preciso identificar o real custo e debater em cima dele”, questionou.

Anatel

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que pretende, no início de 2024, promover uma série de debates sobre a cobrança da nova taxa.

“A complexidade do tema nos leva a fazer uma tomada de subsídios. Nesse sentido, está prevista uma audiência sobre o tema em janeiro. Faremos análises de impacto para então encaminharmos visando à construção de propostas”, disse o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, durante a cerimônia de lançamento da AIA.

“Faremos primeiro uma tomada de subsídios para identificação de problemas e, na sequência, a consulta pública”, acrescentou.

Impactos

Para Alessandro Molon, a taxa sugerida pelas teles pode impactar negativamente e de forma transversal os serviços de diversos setores, além de prejudicar a concorrência. Pode também afetar o acesso de usuários de regiões que não são atendidas pelos grandes provedores de internet – motivo pelo qual sua entidade conta com a participação de pequenos provedores de internet.

“Terá reflexos também no futuro da inclusão digital e na transformação digital no Brasil, bem como nos investimentos em inovação; na telemedicina e na saúde digital; nas startups; nas empresas nacionais de inteligência artificial; na cultura e no entretenimento”, complementou.

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Gerente médico do Centro de Telemedicina do Einstein, Carlos Pedrotti explica que o setor de saúde usa cada vez mais a rede mundial de computadores para gerar, transmitir e armazenar dados. “É um serviço cada vez mais complexo. Na última década, a geração de dados tem crescido 36% ao ano. Há exames com mais de 20 mil imagens com resolução em 3D. Falamos de algo na ordem de terabytes para apenas um exame”, disse.

Segundo Pedrotti, a previsão é que, até 2028, de 10% a 30% dos dados que circularão pela internet estejam relacionados ao setor de saúde. “São números que aumentarão exponencialmente. Para otimizar custos, enviamos esses dados às nuvens”, acrescentou.

Inteligência artificial

Outro setor que deverá usar cada vez mais a internet para a prestação de serviços é o da inteligência artificial. “Ainda não é possível prevermos o quanto, mas a geração de conteúdo dos próximos anos será absurda. A inteligência artificial se baseia em uma imensa quantidade de dados, para trabalhar em cima deles, identificando modelos e padrões para as mais diversas áreas”, explica o presidente da Associação Brasileira de Inteligência Artificial, Valter Wolf.

A necessidade de garantir a segurança para transmissão e armazenamento dessa grande quantidade de dados tem levado diversas big techs a investir também em infraestrutura para armazenamento e transmissão de dados, sem a necessidade de uma nova taxa.

Molon, da AIA, diz que há casos de empresas que montaram estruturas próprias, “inclusive com a instalação de cabos submarinos, construção de data centers e CDNs [redes de entrega de conteúdo; servidores interconectados que aceleram o carregamento de um site]”.

Fonte: EBC GERAL

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Mega-Sena realiza sorteio com prêmio estimado em R$ 30 milhões

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A Caixa Econômica Federal (CEF) realizará neste sábado (9) um sorteio para a Mega-Sena que tem prêmio estimado em R$ 30 milhões.

O concurso será o de número 2666 e terá suas dezenas divulgadas às 20h. As apostas podem ser realizadas até as 19h.

No último sorteio, foram sorteadas as dezenas 03, 14, 21, 22, 37 e 39, e ninguém acertou as seis.

Apesar disso, 56 apostas ganharam o prêmio de cinco acertos, que foi de R$ 43.607,57. Já com quatro acertos, 3.900 apostas ganharam R$ 894,51

Fonte: EBC GERAL

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