Artigos
O agronegócio sob fogo cruzado

Eduardo Berbigier
O atual governo é muito bom em eleger inimigos e fazer demagogia, jogando o povo contra determinados alvos, como, por exemplo, pobres contra ricos e empregados contra patrões. Nesse rol de adversários, elegeu também o agronegócio como um de seus inimigos.
A razão dessa hostilidade reside no fato de que os produtores do agro não compactuam com as suas narrativas político-ideológicas, suas fake news e seus programas sociais eleitoreiros que apenas mascaram o desemprego. O setor também se opõe à má administração do dinheiro público, ao gigante déficit estatal e à pregação da ideologia comunista que divide os brasileiros.
O governo elegeu o agro como vilão, independentemente de sua capacidade de colocar comida na mesa do brasileiro e de sua importância na segurança alimentar global, que é crucial. Essa oposição ignora todos os dados positivos e a relevância estratégica do setor, um dos pilares da economia brasileira.
Mas a resistência persiste, porque o nosso agronegócio é corajoso, muito bom e eficiente, contando com excelentes produtores que investem maciçamente em suas terras e em tecnologia. Apesar das dificuldades impostas pelo governo, o segmento luta e prossegue.
É uma força produtiva que “apanha, cai e sempre se levanta”. Obviamente, não existe um setor que seja eternamente incólume a tantos desmandos e pressões políticas e econômicas. Uma hora, o agronegócio sentirá os efeitos de forma mais acentuada. Aliás, já está sentindo, e o pior pode estar por vir com a reforma tributária que se aproxima, trazendo mais incerteza e insegurança.
Já passou da hora de o país ter um governo que esteja alinhado com o agronegócio.
Por ter alta tecnologia e manter a produtividade elevada, o agronegócio ainda consegue absorver a maioria dos impactos adversos. Até quando isso será possível, não sabemos. Existe o risco real de que, em algum momento, o setor do agronegócio entre em colapso.
Vimos nos últimos anos que os resultados para o agro não foram bons, registrando-se um aumento alarmante da inadimplência. Observamos, também, um aumento em percentuais nunca vistos nas recuperações judiciais do agronegócio, com várias empresas tradicionais do setor entrando em dificuldade.
Isso é uma demonstração e um indicativo claro de que o setor não está passando incólume a todos esses desmandos do governo.
A insistência em confrontos com um setor fundamental para a economia e para a imagem do país no cenário internacional demonstra uma grave falha de articulação e de senso de prioridade estratégica.
Em virtude da grande simpatia do atual governo e de integrantes do Judiciário brasileiro por ideologias de matriz comunista, é crucial trazer aqui um pouco da história mundial recente.
A expropriação de terras em Cuba, liderada por Fidel Castro após a Revolução de 1959, foi realizada principalmente por meio de leis e atos diretos do governo. A Revolução Cubana estabeleceu um Estado socialista onde o Poder Executivo (liderado por Fidel Castro e o Conselho de Estado/Ministros) e o Poder Legislativo (Assembleia Nacional) detinham o poder principal.
A primeira Lei da Reforma Agrária em Cuba foi assinada em maio de 1959, apenas cinco meses após a queda de Fulgêncio Batista. Essa lei radical limitou o tamanho das propriedades rurais e nacionalizou grandes latifúndios (inclusive de estrangeiros), visando redistribuir terras e criar fazendas estatais. A expropriação foi possível porque o novo governo revolucionário detinha o controle político e a força total para impor a medida.
No Brasil, o cenário ainda é outro; apesar das várias tentativas de ONGs, do próprio governo e de uma parcela do Judiciário de prejudicar os produtores, há alguma resistência nesse sentido.
A desapropriação só é constitucionalmente permitida em casos estritos: 1) Reforma Agrária (Desapropriação-Sanção), para imóveis rurais que comprovadamente não cumpram a função social (Art. 184 da CF); 2) Utilidade Pública ou Interesse Social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro (Art. 5º, XXIV da CF); 3) Expropriação sem Indenização (Confisco), unicamente para terras com cultivo ilegal de plantas psicotrópicas ou exploração de trabalho escravo (Art. 243 da CF).
O agronegócio é o setor responsável por garantir que o “milagre da multiplicação dos pães” continue acontecendo entre nós, por meio de muito trabalho, alta produtividade e tecnologia, alimentando o Brasil e o mundo. Nesse contexto, a defesa da propriedade privada e da livre iniciativa é essencial; portanto, Deus nos livre dos comunistas e do comunismo!
Eduardo Berbigier é advogado tributarista, especialista em Agronegócio, membro dos Comitês Juridico e Tributário da Sociedade Rural Brasileira e CEO do Berbigier Sociedade de Advogados.
Artigos
Educação inclusiva: PL sobre autismo avança no Congresso e destaca a formação de professores com base científica

*Luciana Brites, Mestre e Doutoranda em Distúrbios do Desenvolvimento
A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou, recentemente, o Projeto de Lei 2163/2025, de autoria da deputada Carla Dickson (UNIÃO/RN), relatado pela Comissão de educação e aprovado pelo deputado Diego Garcia (Republicanos/PR). A PL estabelece diretrizes para a formação continuada de professores da rede pública de ensino em práticas pedagógicas baseadas em evidências científicas. O foco central do projeto é o atendimento educacional especializado para estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Trata-se de um marco importante para a educação inclusiva no Brasil, pois alinha a formação docente às melhores práticas comprovadas pela ciência. Será o fim dos achismos e uma vitória da ciência. Com isso, os pais e professores terão segurança de que as crianças terão acesso a metodologias que a ciência já comprovou que funcionam, garantindo resultados com mais eficácia e menos sofrimento no aprendizado.
Na prática, isso significa que os professores terão acesso a capacitações mais eficazes. Portanto, vão gerar resultados concretos na aprendizagem e no desenvolvimento dos estudantes. Logo, a lei garante inclusão de verdade e educação de qualidade ajudando os professores a possuírem ferramentas certas para desenvolver o pleno potencial de seus alunos em sala.
Formar educadores com base em evidências é essencial. Quando os professores recebem esse suporte, tornam-se mais preparados para compreender as dificuldades de cada criança e elaborar estratégias de ensino verdadeiramente inclusivas. Trata-se não apenas de aprimorar a prática docente, mas também de garantir direitos fundamentais aos estudantes com autismo.
Vale lembrar que os alunos atípicos ensinam muito aos professores, ajudando-os a se tornarem melhores profissionais. A inclusão possibilita que os docentes aprendam a ensinar todas as crianças, respeitando seus diferentes ritmos e formas de aprender. O grande desafio está justamente em entender como o aprendizado acontece para encontrar o melhor caminho de ensino para cada um.
Com a formação adequada, os estudantes terão mais oportunidades de aprendizagem significativa, acesso a práticas pedagógicas realmente eficazes e melhores condições para desenvolver todo o seu potencial.
O projeto segue em análise na Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência. A expectativa é que avance no Congresso, consolidando assim, um passo significativo para que a inclusão escolar seja feita com mais preparo, responsabilidade e respaldo científico.
Essa proposta gera mudança de paradigma na formação docente, pois reforça a ideia de que todo estudante tem direito a uma educação de qualidade. Esse é um grande avanço para a educação brasileira.
(*) Luciana Brites é CEO do Instituto NeuroSaber, psicopedagoga, psicomotricista, mestre e doutoranda em distúrbios do desenvolvimento pelo Mackenzie, palestrante e autora de livros sobre educação e transtornos de aprendizagem. Instituto NeuroSaber https://institutoneurosaber.com.br
Artigos
Educação acessível: o primeiro degrau da inclusão ainda falta para milhões de brasileiros com deficiência
Defensor Público Federal André Naves alerta: sem escolas adaptadas, professores capacitados e políticas permanentes de acessibilidade, o direito à educação inclusiva permanece no papel

Fotos: O Defensor Público Federal André Naves – Arquivo pessoal
A escola deveria ser o ponto de partida para a cidadania, mas, para milhões de brasileiros com deficiência, ainda é um território repleto de barreiras. Segundo dados recentes do Observatório Nacional de Direitos Humanos (ObservaDH), 34% das escolas brasileiras não possuem qualquer recurso de acessibilidade, seja física, pedagógica ou tecnológica. O levantamento do IBGE (2024) reforça o alerta: 19,5% das pessoas com deficiência no país ainda são analfabetas, taxa quase cinco vezes superior à registrada entre pessoas sem deficiência (4,1%).
Para o Defensor Público Federal André Naves, especialista em Direitos Humanos e Inclusão Social, esses números revelam uma desigualdade estrutural que compromete toda a cadeia da inclusão – da educação básica ao mercado de trabalho e à vida cidadã.
“Quando a educação não é acessível, o direito à autonomia também não é. A inclusão começa na escola, e a escola precisa estar preparada – fisicamente, pedagogicamente e culturalmente – para receber todos os alunos”, destaca Naves.
A Lei Brasileira de Inclusão (LBI), de 2015, assegura às pessoas com deficiência o acesso à educação inclusiva em todos os níveis e modalidades de ensino, com a oferta de adaptações curriculares, recursos de tecnologia assistiva e formação docente adequada. No entanto, segundo Naves, a efetivação dessas garantias ainda é desigual entre os estados e municípios.
“A LBI trouxe um marco jurídico avançado, mas sua execução exige políticas públicas permanentes, orçamento estável e um pacto federativo pela inclusão. É preciso transformar a acessibilidade em política de Estado – e não em ação pontual”, analisa.
Do ponto de vista da economia política, o defensor lembra que o investimento em acessibilidade educacional não é gasto, mas uma forma de desenvolvimento humano e social sustentável. Pesquisas internacionais mostram que cada real investido em educação inclusiva gera retorno múltiplo em produtividade, empregabilidade e redução de desigualdades sociais.
“Não há crescimento econômico legítimo se parte da população é excluída do aprendizado. A inclusão educacional é o primeiro degrau de uma economia verdadeiramente democrática”, ressalta André Naves.
André Naves, lembra ainda que Defensoria Pública Federal atua de forma constante na defesa de políticas de educação inclusiva, por meio de recomendações, ações coletivas e diálogo institucional com o Ministério da Educação e secretarias estaduais. Ele reforça que a sociedade civil, o setor privado e os gestores públicos precisam assumir a inclusão como um compromisso compartilhado.
“A acessibilidade é um investimento que transforma vidas, comunidades e o próprio país”, afirma.
Para saber mais sobre o trabalho de André Naves, acesse o site andrenaves.com ou acompanhe pelas redes sociais: andrenaves.def.
Artigos
Toda escola é feita de pessoas inteiras

Márcia Amorim Pedr’Angelo é psicopedagoga
A qualidade da educação começa pelas pessoas que a constroem todos os dias.
Uma escola viva não se sustenta apenas em métodos ou estruturas, mas na presença daqueles que ensinam, acolhem e tornam o aprendizado possível.
Quando o professor está bem, a escola respira melhor. Cuidar de quem ensina é reconhecer que o equilíbrio emocional, a escuta e o tempo de preparo fazem parte do ato de educar.
O professor não é mediador de conteúdo, é referência, exemplo e afeto em movimento.
Quando o excesso de demandas invade o espaço da reflexão e da criação, o ensinar perde sentido.
Saúde docente é um conceito amplo. Envolve corpo, mente e propósito. É o professor ter espaço para pensar, planejar e também descansar. É contar com lideranças que inspirem e com colegas que compartilhem responsabilidades.
Ninguém educa sozinho. A formação continuada é outro pilar essencial.
Ela não deve ser vista como obrigação, mas como parte da identidade profissional. Estudar, trocar experiências e renovar repertórios são gestos que fortalecem a autoestima e devolvem ao professor a alegria de ensinar.
Valorizar o professor é reconhecer que ele é o eixo que sustenta a escola. Não se trata apenas de celebrar uma data, mas de garantir dignidade, condições de trabalho e escuta permanente.
O reconhecimento que transforma não está em discursos, mas em políticas e práticas que assegurem formação, tempo e respeito.
Quando a sociedade entende o valor de quem ensina, a educação se torna prioridade e não promessa. Mais do que reconhecer o esforço, é oferecer condições reais para que o trabalho aconteça.
Salas equipadas, tempos organizados e uma gestão que confie na equipe são demonstrações concretas de respeito. É nesse ambiente que o professor floresce com autonomia e segurança.
Neste mês em que celebramos o Dia dos Professores, é tempo de lembrar que toda escola é feita de pessoas inteiras. Quando o professor está inteiro, o conhecimento se torna experiência.
E é dessa presença que nasce a educação que transforma. Márcia Amorim Pedr’Angelo é psicopedagoga, fundadora das escolas Toque de Mãe e Unicus, e coordenadora da Unesco para a Educação em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
-
Esportes21/10/2025 - 00:30Vasco domina o clássico carioca e impõe derrota ao Fluminense no Maracanã
-
Esportes19/10/2025 - 23:01Bahia goleia Grêmio por 4 a 0 e se recupera em grande estilo no Brasileirão
-
Esportes21/10/2025 - 00:30Santos mergulha na crise com derrota amarga na Vila Belmiro
-
Esportes21/10/2025 - 07:49Inscrições para o 2º Torneio de Futsal Feminino “As Soberanas” em Rondonópolis estão abertas
-
Esportes19/10/2025 - 22:30Cuiabá cede empate no fim e desperdiça chance de colar no G4 da Série B
-
Esportes19/10/2025 - 23:01Internacional vence Sport por 2 a 0 e ganha fôlego na luta contra o Z-4
-
Esportes19/10/2025 - 22:00Botafogo vence Ceará fora de casa e quebra jejum
-
Política MT18/10/2025 - 10:00Audiência requerida por Lúdio Cabral convoca secretário de Infraestrutura para tratar das obras do BRT





