Pesquisar
Close this search box.

Portal Agro

Produtores de orgânicos devem seguir recomendações para ter certificação de qualidade

Publicado

O agricultor Manoel Santos de Souza, 37 anos, descobriu o mundo dos orgânicos há mais de 16 anos. Natural de Barreiras, interior da Bahia, o produtor decidiu converter a lavoura convencional para agroecológica com o objetivo de aumentar o rendimento e a qualidade de vida da família.

Manoel adquiriu conhecimento sobre os orgânicos quando foi chamado por um agrônomo para trabalhar em uma chácara da região. Enfrentando vários desafios, o agricultor começou aos poucos a mudar sua forma de plantio depois de trabalhar em várias propriedades.

Em 2015, Manoel decidiu ter sua própria chácara e mudou-se para Brazlândia, uma das regiões administrativas de Brasília. Na chácara “Pedacinho do Céu”, Manoel planta em cinco hectares frutas, legumes, hortaliças e até algumas Plantas Não Convencionais, conhecidas como PANCs.

Entre os produtos cultivados estão batata doce, mandioca, abobrinha, couve, jiló, repolho, brócolis, japonês, brócolis, morango, banana, limão, laranja, goiaba, manga, chuchu e rúcula.

O sistema de produção é familiar. Manoel lida diretamente com a terra com auxílio de outros trabalhadores rurais. A esposa e a filha mais velha são responsáveis pela seleção dos melhores produtos, pesagem, empacotamento e colocação do selo orgânico. “Como tudo é feito manualmente, precisamos dessa força tarefa”, comenta Manoel.

“Não é fácil mexer com orgânico, mas é melhor. Não é fácil, porque tem muita mão de obra, muito cuidado. Tem que ser tudo pesadinho, tem que olhar o que é bom, o que é ruim, a gente seleciona mais, porque tem muitos clientes que chegam lá na feira e olham. Os clientes de orgânicos são mais exigentes”, comentou Francione Porto, esposa do produtor.

Veja Mais:  Multa a banco é revertida para a compra de cães farejadores do Vigiagro

A produção rende para a família cerca de 35 mil toneladas por ano. Os produtos são vendidos duas vezes na semana diretamente por Manoel em feiras montadas em algumas quadras residenciais da área central de Brasília.

Manoel comenta que a procura tem crescido muito e que ele ainda não consegue produzir tudo o que os clientes pedem. “Atualmente, a demanda é bem maior do que eu produzo, a procura por produtos saudáveis cresceu bastante”.

O agricultor Manoel Santos de Souza, de Brazlândia (DF)

Certificação de qualidade orgânica

Manoel está registrado no Cadastro Nacional de Produtores de Orgânicos, mantido pelo Ministério da Agricultura, e conseguiu a certificação para comercializar seus produtos como orgânicos junto à ECOCERT Brasil e ao Sindicato dos Produtores Orgânicos do Distrito Federal (Sindiorgânicos).

Para não perder o certificado, ele segue à risca as recomendações de produção agroecológica previstas na legislação de orgânicos brasileira. Entre os cuidados que ele toma está o plantio de margaridões ao redor da lavoura, que formam uma barreira de proteção contra insetos, pragas e partículas de insumos químicos trazidos pelo vento das propriedades rurais vizinhas.

“Sempre temos o cuidado de não plantar em uma área grande um produto apenas. A palha é para proteger o solo e ter mais produto orgânico na terra, além das barreiras de “quebra vento” impedindo a contaminação na plantação”, explica.

O Brasil tem cerca de 68,7 mil estabelecimentos que fazem
agricultura orgânica, segundo o último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos do Ministério da Agricultura tem atualmente cerca de 19 mil produtores e unidades de produção registrados.

Veja Mais:  Em evento no Pará, Mapa estimula produção de cacau no Brasil

Segundo a coordenadora de produção orgânica do Mapa, Virgínia Lira, o número é um indicativo de que há um universo grande de produtores orgânicos a ser alcançado pelo sistema e pelas políticas públicas do setor. “A legislação e o sistema de produção precisam ser desenvolvidos para incluir os produtores que praticam agricultura orgânica, mas ainda desconhecem as normas de certificação”, comentou Virgínia.

Desde 2010, o cadastro e a certificação de qualidade orgânica são exigidos para que os agricultores possam vender seus produtos como orgânicos em estabelecimentos comerciais como supermercados, lojas, restaurantes, entre outros.

O produtor pode obter certificação de qualidade orgânica por meio de um Organismo da Avaliação da Conformidade Orgânica (OAC) credenciado junto ao Ministério.

“O produto tem que estar certificado ou por auditoria, que são empresas certificadoras que aplicam, inspecionam as unidades de produção e verificam se a lei está sendo cumprida, ou os sistemas participativos de garantia, que são grupos de produtores que se organizam para uma autocertificação”, reforça a coordenadora de produção orgânica, Virgínia Lira.

Já os produtores da agricultura familiar podem se cadastrar junto ao Ministério da Agricultura para realizar a venda direta sem certificação. Neste caso, o produtor só pode vender para o consumidor em feiras, na própria propriedade, sem a intermediação de terceiros. Ele também fica habilitado para participar de compras do governo, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) ou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Veja Mais:  Ministro faz balanço de gestão nesta sexta-feira

Produtos certificados por normas internacionais (como NOP, EU, JAS) não são reconhecidos automaticamente como orgânicos no Brasil e também deve receber certificação de acordo com a norma brasileira.

Produção de orgânicos em Brazlândia (DF)

O que é o sistema orgânico de produção?

A diferença do alimento orgânico para o convencional vai além da ausência de resíduos agrotóxicos. De acordo com a Lei 10.831/2003, o sistema orgânico de produção agropecuária adota técnicas específicas que visam otimizar o uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis.

A produção orgânica também respeita a integridade cultural das comunidades rurais e tem por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica.

O modo agroecológico de produção minimiza a dependência de energia não renovável, maximiza os benefícios sociais além de priorizar métodos culturais, biológicos e mecânicos e elimina o uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes em qualquer fase do processo, desde o cultivo, transporte, armazenamento até a comercialização.

O sistema de produção orgânico tem por objetivo, de acordo com a legislação, ofertar produtos saudáveis isentos de contaminantes, preservar a diversidade biológica dos ecossistemas naturais, recompor ecossistemas modificados, incrementar a atividade biológica do solo, promover o uso saudável do solo, da água e do ar, manter a reciclagem de resíduos de origem orgânica, utilizar recursos renováveis, sistemas agrícolas organizados localmente e integrar os diferentes segmentos da cadeia produtiva de consumo de produtos, entre outros.

Mais informações à Imprensa:Coordenação-geral de Comunicação Social
[email protected]

Comentários Facebook

Portal Agro

Dia do Agricultor (28/7): produção de grãos deverá atingir 330 milhões de toneladas na próxima década

Publicado

Ministério da Agricultura prevê crescimento de 27% no setor até 2031; soja, milho, algodão e trigo puxam a evolução do setor

Foto: Assessoria

Enquanto outros setores produtivos mostraram dificuldades para crescer durante a pandemia, o agronegócio brasileiro “puxou para cima” o PIB nacional em 2020 – e deve continuar o bom desempenho também na próxima década. Segundo o estudo Projeções do Agronegócio, Brasil 2020/21 a 2030/31, realizado pela Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, a produção de grãos no Brasil deverá atingir mais de 330 milhões de toneladas nos próximos dez anos, uma evolução de 27%, a uma taxa anual de 2,4%. Soja, milho, algodão e trigo deverão se manter como os grandes protagonistas no campo.

O levantamento concluiu ainda que o consumo do mercado interno, o crescimento das exportações e os ganhos de produtividade, aliados às novas tecnologias, deverão ser os principais fatores de expansão do agronegócio brasileiro, que representou, no ano passado, mais de 26% de todo o produto interno bruto do país.

Na contramão

O setor de farinha de trigo, por exemplo, foi fortemente impactado pelo aumento no consumo de pães e massas no mercado interno durante a pandemia, e teve um crescimento de 9% no faturamento do ano passado, segundo estudo da Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados).

Veja Mais:  Ministra participa de fórum internacional de investimentos em São Paulo

E a tendência seguiu assim no primeiro trimestre de 2021. A Herança Holandesa – linha de farinhas de trigo da Unium, marca institucional das indústrias das cooperativas paranaenses Frísia, Castrolanda e Capal – registrou no período, uma produção de 36,6 mil toneladas de farinha de trigo, e um faturamento que ultrapassou os R$ 67 milhões, números robustos para o setor no estado. “Os primeiros meses do ano foram muito positivos para o moinho da Unium. Nossa estimativa de produção para 2021 é de 140 mil toneladas, mesmo com um segundo semestre mais desafiador, com o preço do dólar influenciando no custo da matéria-prima”, explica o coordenador de negócios do moinho de trigo da Unium, Cleonir Ongaratto.

Dividida entre farinha e farelo de trigo, a produção da Unium não foi interrompida durante o período mais crítico do isolamento social, e a companhia conseguiu ainda investir R$ 756 mil em seus produtos em 2020. Ongaratto afirma que o principal objetivo foi garantir que todos os clientes fossem atendidos e que os supermercados estivessem abastecidos. “E a tendência é que continuemos dessa  forma. Temos um estudo para uma duplicação da moagem no moinho da Herança Holandesa, que deve ser aprovado pela diretoria da Unium ainda este ano, pois acreditamos que o setor continuará crescendo no futuro”, finaliza o coordenador.

Comentários Facebook
Continue lendo

Portal Agro

Dia do Suinocultor (24/7): tradição familiar é pilar do desenvolvimento do setor

Publicado

foto: divulgação

No interior do Paraná, imigração holandesa e herança entre gerações são pontos fortes dos bons resultados da indústria de proteína animal

Os caminhos que levaram a médica veterinária Deborah de Geus a se apaixonar pela suinocultura foram traçados antes mesmo dela nascer. Descendente de imigrantes holandeses que chegaram ao Brasil no período pós-segunda guerra, a paranaense de 38 anos soube desde pequena qual seria sua “estrada profissional”.

Seu avô, pioneiro na produção de suínos, foi o grande incentivador desse tipo de ofício, no início da década de 1970. “Quando meus pais se casaram, em 1972, meu avô, sogro de meu pai, o presenteou com uma ‘porquinha’, e esse foi o começo de tudo. Já em 1977, meus pais construíram sua primeira maternidade, na época, para alojar dez matrizes, e essa paixão seguiu comigo desde então”, relembra Deborah.

Dedicada, ela buscou se aprimorar e, ao atingir a idade adulta, se formou em Medicina Veterinária pela Fundação Luiz Meneghel, em Bandeirantes (PR). “Sempre tive como objetivo trabalhar na suinocultura, então busquei me especializar. Após a faculdade, trabalhei em uma agroindústria em São Paulo e também em uma consultoria, com a qual obtive diversos aprendizados. Anos depois, retornei e comecei a administrar a empresa familiar, função que exerci nos últimos dez anos”, conta a cooperada da Frísia, na Região dos Campos Gerais, no Paraná.

Veja Mais:  Norma altera procedimento de inspeção de suínos

Seu empenho ao ofício familiar, que também a credenciou para o cargo de presidente da Comissão Técnica da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), mostra que o exemplo de Deborah não é um caso isolado, mas uma prova de que o setor tem se beneficiado dos aprendizados do cooperativismo e da herança cultural dos antepassados.

União faz a diferença

Outras duas cooperativas paranaenses, a Castrolanda e a Capal, também possuem bons exemplos de hereditariedade na indústria da suinocultura. Junto da Frísia, as três cooperativas com origem holandesa compõem a Alegra, indústria de alimentos focada em produtos de proteína animal, preocupada com o bem-estar dos suínos e com a sustentabilidade de suas operações.

O cooperado da Castrolanda, Cornélio Borg, por exemplo, foi ao encontro dos interesses do pai, que sempre teve como foco principal a agricultura. Formado em agronomia, Cornélio buscou otimizar a granja de suínos da família ao triplicar a produção. Atualmente, os Borg contam com 1.100 matrizes por mês. “Essa é uma atividade que sempre gostei e procurei me especializar nela. Meu pai criou a granja há uns vinte e cinco anos, mas nunca foi sua atividade mais forte, então, fiz um estágio na Castrolanda, focado em suínos, e hoje administro esse ‘braço’ do negócio da família”, explica Cornélio.

Pai de uma menina de apenas um ano de idade, ele já pensa no futuro e em uma possível “herança” para a filha. “Essa será uma decisão dela, é claro, mas espero que ela tenha a paixão que herdei do meu pai. Tenho certeza que irá gostar, pois é algo de família, mas não cabe a mim decidir se ela vai seguir os passos do pai e do avô”, brinca o suinocultor.

Veja Mais:  Projeto vai levar inovação e sustentabilidade a produtores da Amazônia Legal

Henry Martinnus Kool, cooperado da Capal, também é produtor de suínos. Com uma granja que tem capacidade para 6 mil animais por ciclo, ele tem três filhos, duas meninas e um menino, que, segundo conta, já o acompanham e gostam de lidar com os animais. “Esse foi um trabalho que começou com o meu pai e que, desde pequeno, eu também aprendi a amar. Atualmente, temos duas granjas e meus filhos me seguem de um lado para outro. Só o futuro poderá dizer o que eles farão quando adultos, mas torço para que a suinocultura continue como um negócio importante para a família”, finaliza Henry.

Comentários Facebook
Continue lendo

Portal Agro

Rondonópolis recebe Painel de Custo de Produção em Confinamento de Gado de Corte

Publicado

Foto: Divulgação

No próximo dia 03 de agosto acontece em Rondonópolis, o Painel de Custo de Produção em Confinamento de Gado de Corte. A ação faz parte do o Projeto Campo Futuro com a realização da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), por meio do Projeto Rentabilidade no Meio Rural. O Sindicato dos Produtores Rurais de Rondonópolis é apoiador do evento. O painel é voltado para pecuaristas confinadores e acontece no Parque de Exposições Wilmar Perez de Farias, à partir 13h30 (horário local).

O Projeto Campo Futuro se baseia no levantamento do custo de produção de diferentes atividades agropecuárias, e seu propósito é aliar a capacitação do produtor à geração de informações estratégicas do setor rural, contribuindo para as tomadas de decisão no campo. Além do acompanhamento sistemático da evolução dos custos de produção regionais, e de análises sobre a rentabilidade das atividades agropecuárias, o projeto possibilita o gerenciamento de preços e do comportamento da produção. Dessa forma a CNA consegue desenvolver política pública para o setor agropecuário. O projeto é efetivado em parceria com universidades e centros de pesquisas, e se destina aos produtores rurais.

Diretamente envolvidos nessa iniciativa estão produtores de mais de 330 municípios, distribuídos entre todas as Unidades Federativas (UF) do país. Esses municípios compõem uma rede estratégica de informações, por meio da demonstração de desempenho da agropecuária nacional.

Veja Mais:  Projeto vai levar inovação e sustentabilidade a produtores da Amazônia Legal

O projeto se baseia no levantamento do custo de produção de diferentes atividades agropecuárias, e seu propósito é aliar a capacitação do produtor à geração de informações estratégicas do setor rural, contribuindo para as tomadas de decisão no campo. Além do acompanhamento sistemático da evolução dos custos de produção regionais, e de análises sobre a rentabilidade das atividades agropecuárias, o projeto possibilita o gerenciamento de preços e do comportamento da produção. Outras informações pelo telefone (66) 3423-2990.

Comentários Facebook
Continue lendo

ALMT Segurança nas Escolas

Rondonópolis

Polícia

Esportes

Famosos

Mais Lidas da Semana