Agro News
Às vésperas da COP30, agronegócio cobra protagonismo e questiona a “Moratória da Soja”
Com a COP30 se aproximando, o setor agropecuário brasileiro busca alinhar o discurso sobre sustentabilidade, enquanto cresce o impasse em torno da Moratória da Soja (saiba mais aqui). Produtores e exportadores ainda divergem sobre o futuro do acordo privado que proíbe a compra de soja produzida em áreas desmatadas da Amazônia após 2008 – mesmo quando em conformidade com a lei.
A Conferência da ONU sobre o Clima de 2025, que será sediada em novembro em Belém (PA), coloca o Brasil no centro das discussões globais sobre meio ambiente. Para o agronegócio, essa é uma oportunidade estratégica de mostrar ao mundo a contribuição do setor para a agenda climática. Mas para isso, é preciso afinar o discurso.
Durante o evento “Rumo à COP30”, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) em São Paulo, lideranças do setor e representantes do governo discutiram os desafios e as oportunidades para o agro na conferência. A principal mensagem foi clara: o Brasil precisa chegar à COP30 com uma posição unificada sobre o papel do campo na sustentabilidade.
O embaixador brasileiro destacou a relevância do agronegócio nas relações bilaterais com os Estados Unidos e afirmou que o setor precisa ser parte central de qualquer tratativa comercial entre os dois países. Ainda assim, evitou antecipar quais segmentos seriam priorizados em uma eventual revisão das tarifas impostas pelos norte-americanos ao aço e ao alumínio brasileiros. André Corrêa do Lago, que preside a COP30, lembrou que a agricultura, nas conferências climáticas, é muitas vezes vista apenas como vítima das mudanças climáticas. “Mas a agricultura também pode ser parte da solução, com práticas que ajudam a capturar carbono e preservar o meio ambiente”, afirmou.
A declaração é vista como uma sinalização de que o governo brasileiro tenta construir um pacote mais amplo de negociações, que pode incluir concessões em áreas sensíveis como a agropecuária. O movimento acendeu um alerta entre lideranças do setor, que já vinham expressando preocupação com o uso recorrente do agronegócio como moeda de troca em acordos internacionais.
MORATÓRIA – O receio é de que o Brasil aceite, por exemplo, novas exigências ambientais ou sanitárias impostas por Washington em troca da redução das tarifas aplicadas ao aço e ao alumínio. Outro ponto que desperta atenção é a possibilidade de o país flexibilizar a entrada de produtos agrícolas norte-americanos sem garantir contrapartidas reais para os produtores brasileiros.

Imagem: assessoria
Para o presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende (foto), é inadmissível que o setor seja mais uma vez sacrificado em negociações que não levam em conta o peso do agro na economia brasileira. “O agronegócio responde por mais de 25% do PIB e por mais de 40% das exportações. É ele que sustenta a balança comercial do país. Não podemos aceitar que esse setor estratégico seja usado como moeda de troca para resolver impasses de outras áreas”, afirmou.
Rezende também criticou a falta de diálogo com as entidades representativas do campo antes de se firmarem compromissos internacionais. Segundo ele, “é preciso que o governo ouça quem produz, quem gera emprego no interior do Brasil, quem lida com os desafios reais da produção agropecuária todos os dias”.
Ele avalia que o Brasil precisa agir com firmeza para defender sua competitividade. “As barreiras técnicas e sanitárias impostas por outros países, muitas vezes sem embasamento científico, já dificultam o acesso dos nossos produtos aos mercados internacionais. Se o governo ceder ainda mais, sem garantias concretas de reciprocidade, estará traindo o setor que mais gera divisas para o país”, comentou.
Isan Rezende foi enfático ao rechaçar qualquer tentativa de impor uma legislação estrangeira que se sobreponha à brasileira. Segundo ele, a proposta representa uma afronta ao produtor rural e à soberania nacional.
“Querem nos impor um congelamento de áreas produtivas como se o Brasil fosse o vilão do meio ambiente. Isso é um absurdo. É uma estratégia disfarçada para frear o crescimento do nosso agro e transferir competitividade para os países que já devastaram seus biomas”, afirmou.
O presidente do Instituto do Agronegócio destacou que o Brasil é referência mundial em preservação ambiental e que não há justificativa técnica ou legal para travar a expansão de áreas que já são autorizadas por lei.
“Temos um Código Florestal que é modelo para o mundo. O produtor rural brasileiro já preserva mais do que qualquer outro. Só no Cerrado, temos milhões de hectares em reserva legal e áreas de proteção permanente. Quem defende moratória está, na prática, criminalizando quem cumpre a lei e trabalha para alimentar o mundo”, disse.
Isan também alertou para o impacto social e econômico de uma eventual moratória, especialmente nas regiões mais carentes do país. “Essa política vai atingir diretamente pequenos e médios produtores, impedir a geração de emprego, renda e desenvolvimento em áreas que mais precisam de oportunidades. A verdadeira sustentabilidade precisa equilibrar produção, preservação e progresso. Moratória é retrocesso, é entregar nosso futuro nas mãos de interesses estrangeiros”, concluiu.
Para o ex-diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, o Brasil corre o risco de perder uma oportunidade estratégica. “Se não mostrarmos ao mundo como o agro brasileiro está fazendo a diferença, essa chance será desperdiçada”, alertou. Ele também chamou atenção para a tendência, nas últimas COPs, de se colocar o agronegócio como vilão das mudanças climáticas, desconsiderando as características da agricultura tropical e dos países em desenvolvimento.
André Dobashi, presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, reforçou que e a CNA é contra qualquer conciliação em torno da Moratória. “Compreendemos que a Moratória é completamente ilícita”, disse na audiência. Para ele disse a legislação européia ignora a lei vigente no Brasil e penaliza os produtores que respeitam o Código Floresta.
“A Moratória não conseguiu impedir desmatamento ilegal. Ela criminaliza o produtor, afasta investimentos, concentra mercados na mão de poucos exportadores, agrava desigualdades regionais. Os municípios são sufocados economicamente por um instrumento sem respaldo no ordenamento jurídico brasileiro”, completou.
Já o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues destacou a necessidade de um discurso único. “A divergência interna atrapalha. Se queremos ser ouvidos, precisamos falar a mesma língua. E isso tem que chegar ao governo”, disse.
As próximas semanas serão decisivas. Enquanto o governo brasileiro tenta avançar nas tratativas com os norte-americanos, o agronegócio acompanha com atenção os movimentos diplomáticos. O temor é que, mais uma vez, o setor produtivo acabe pagando a conta de acordos que, ao invés de impulsionar o desenvolvimento, ampliam ainda mais a insegurança no campo.
Fonte: Pensar Agro

Agro News
Pecuária de Goiânia deve movimentar R$ 100 milhões em negócios agropecuários
A 78ª edição da Exposição Agropecuária de Goiânia, popularmente conhecida como Pecuária de Goiânia 2025, acontece de 15 a 25 de maio no Parque de Exposições Agropecuárias Pedro Ludovico Teixeira, no Setor Nova Vila. Com entrada gratuita mediante a doação de 1 kg de alimento não perecível, o evento é promovido pela Sociedade Goiana de Agricultura e Pecuária (SGPA). A expectativa é atrair mais de 500 mil visitantes ao longo dos 11 dias de programação diversificada, que inclui shows, exposições, leilões e atividades voltadas ao agronegócio.
Além das atrações culturais, a Pecuária de Goiânia é um importante polo de negócios para o setor agropecuário. Embora a organização ainda não tenha divulgado estimativas específicas de comercialização para esta edição, a feira tradicionalmente impulsiona o mercado regional, com destaque para a exposição e venda de animais de alta genética, leilões, além da presença de empresas de insumos, maquinários e tecnologias voltadas ao campo.
A edição de 2025 ocorre em um momento favorável para o agronegócio goiano. Segundo projeções da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Goiás deve atingir R$ 119,4 bilhões neste ano, refletindo o crescimento e a diversificação do setor no estado.
A programação musical da Pecuária de Goiânia 2025 inclui mais de 10 shows gratuitos, com destaque para artistas renomados como Wesley Safadão, Léo Foguete, Murilo Huff e Amado Batista, que abrirá o evento no dia 15 de maio com a gravação de seu DVD.
Com uma área de 500 mil m², o Parque de Exposições contará com infraestrutura completa para receber o público, incluindo bares, restaurantes, boates, espaços infantis e áreas destinadas à exposição de animais de diversas raças, além de mini animais. A programação também prevê leilões, palestras sobre agronegócio, ações de responsabilidade ambiental e social, consolidando o evento como um dos mais importantes do setor na região Centro-Oeste.
Fonte: Pensar Agro
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Fenagra deve movimentar R$ 880 milhões em negócios da agroindústria
Começa nesta terça-feira (13.05), no Pavilhão do Distrito Anhembi, em São Paulo, a 18ª edição da Fenagra — Feira Internacional da Agroindústria Feed & Food, Tecnologia e Processamento. Gratuito e voltado a produtores, técnicos e profissionais da cadeia agroindustrial, o evento segue até quarta-feira (15) com expectativa de movimentar cerca de R$ 880 milhões em negócios — um crescimento de 10% em relação à edição anterior.
Considerada a maior feira da América Latina nos segmentos de nutrição animal e reciclagem agroindustrial, a Fenagra 2024 contará com 230 expositores de 17 países, incluindo representantes da Europa, Ásia, América do Sul, Estados Unidos e Austrália. Serão 16 mil metros quadrados de área expositiva, abrangendo as cadeias de produção de rações para cães, gatos, aves, suínos, bovinos e peixes, além de setores como frigoríficos, graxarias, biodiesel, óleos e gorduras vegetais, grãos e derivados.
A programação técnica é um dos destaques da feira. Serão realizados 11 congressos especializados, com cerca de 200 palestrantes nacionais e internacionais, abordando desde biossegurança e inovação tecnológica até tendências de mercado e sustentabilidade.
Entre os eventos paralelos de maior relevância está o II Fórum Biodiesel e Bioquerosene – Tecnologia e Inovação, promovido pela Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), nos dias 14 e 15 de maio. A discussão girará em torno da Lei do Combustível do Futuro, viabilidade técnica do biodiesel, rastreabilidade, qualidade dos biocombustíveis e novas frentes como HVO, SAF e combustíveis marítimos.
Outro ponto alto será o V Workshop CBNA sobre Nutrição em Aquacultura, promovido pelo Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA). O foco será em biossegurança, sustentabilidade e inovação na produção de rações para aquicultura, setor em franca expansão no Brasil.
A Fenagra é uma vitrine tecnológica e um espaço estratégico para negócios e atualização técnica, voltada especialmente aos produtores, técnicos, agroindústrias e cooperativas que atuam na base e nas pontas da cadeia agroalimentar brasileira.
Fonte: Pensar Agro
Agro News
Crédito atinge R$ 298,6 bilhões e agro cobra mais previsibilidade e recursos
O desembolso do crédito rural no âmbito do Plano Safra 2024/25 já soma R$ 298,6 bilhões entre julho de 2024 e abril de 2025, segundo dados preliminares divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O montante corresponde a aproximadamente 61,5% dos R$ 400,6 bilhões programados para toda a safra. Embora robusto, o volume representa cerca de 80% do concedido no mesmo intervalo da temporada anterior.
Os dados, extraídos do Sistema de Operações do Crédito Rural e do Proagro (Sicor/BCB) em 7 de maio, ainda são provisórios. O Mapa reforça que os números finais só serão conhecidos 35 dias após o encerramento do mês de referência.
Do total já contratado, 51% têm origem em fontes controladas — linhas com juros mais baixos que os praticados pelo mercado, como a Poupança Rural Equalizada e os Recursos Livres Equalizados. Ambas apresentaram crescimento expressivo em relação à safra passada: 20% e 171%, respectivamente. Os valores liberados chegam a R$ 21,8 bilhões e R$ 31,6 bilhões.
Já a Poupança Rural Livre — linha com taxa de mercado — cresceu 124% no período, com R$ 26 bilhões liberados. Isso indica, segundo analistas, uma maior procura por crédito mesmo fora das linhas subsidiadas, o que pode estar ligado à escassez de recursos equalizados e à urgência de produtores que não podem aguardar indefinições.
Os financiamentos para o setor agropecuário foram divididos da seguinte forma:
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Custeio: R$ 142,7 bilhões
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Investimento: R$ 52,2 bilhões
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Comercialização: R$ 35,5 bilhões
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Industrialização: R$ 15,9 bilhões
O Mapa avalia que a totalidade dos recursos voltados a investimento deve ser aplicada até o fim de junho, prazo que encerra o atual ciclo agrícola.
Entre os programas de crédito, o Prodecoop apresenta maior saldo remanescente, com 61% ainda disponíveis. Já o Pronamp, voltado a médios produtores, tem apenas 14% restantes.
Apesar do volume contratado, entidades do setor consideram o montante ainda insuficiente diante das necessidades do campo. A Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) defende que o Plano Safra 2025/26 chegue a R$ 600 bilhões, quase 50% acima dos R$ 400 bilhões atuais. O argumento é que a agropecuária brasileira demanda, ao todo, cerca de R$ 1,35 trilhão por ano para atender à expansão e à adoção de novas tecnologias.
Outro ponto crítico levantado pelas lideranças do setor é a falta de previsibilidade. O anúncio tardio do Plano Safra atrapalha o planejamento das safras. Para resolver isso, há uma campanha para que o plano passe a ter validade de cinco a dez anos, em vez de ser renovado anualmente.
A Faesp também solicita ao governo federal R$ 4 bilhões adicionais para a equalização de juros. O argumento é que a taxa Selic, atualmente em 14,75% — o maior nível em quase duas décadas —, dificulta financiamentos de longo prazo, especialmente para compra de máquinas e implementos. Com juros altos, o produtor acaba pagando duas vezes por uma máquina, por exemplo.
A infraestrutura de estocagem também preocupa. De acordo com a Conab, a capacidade nacional de armazenamento é de 210,1 milhões de toneladas, frente a uma safra estimada em 330 milhões. O déficit de armazéns prejudica o valor agregado da produção e expõe o produtor a oscilações de preços.
Fonte: Pensar Agro
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