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Aumento nas exportações de soja escancara gargalos de infraestrutura e de logística

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A demanda chinesa por soja brasileira está aquecida como nunca. Assustados com as “trumpalhadas” da semana (o presidente norte-americano impôs tarifas de até 145% aos produtos chineses), importadores da China compraram, de uma vez, pelo menos 40 cargas de soja do Brasil.

Essa correria tem explicação: a escalada da guerra comercial entre China e Estados Unidos encareceu ainda mais a soja americana, abrindo mais espaço para o produto brasileiro, que hoje se firma como principal fornecedor para o mercado chinês.

Acontece que, por trás da boa notícia, vem um alerta: o Brasil já está operando no limite da sua capacidade de exportação. Segundo a Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), embora a janela esteja aberta e o momento seja favorável, não dá pra contar com crescimento contínuo se a estrutura logística e portuária do país não acompanhar esse ritmo.

Dados recentes de consultorias especializadas mostram que os terminais portuários brasileiros já operam com 91,3% de sua capacidade para o embarque de granéis agrícolas — muito acima do limite de segurança, que é de 85%.

Se nada for feito, esse número deve subir para 94,5% já em 2025 e pode atingir 99,6% até a safra 2027/28. Ou seja, estamos muito próximos de um apagão logístico, que pode atrasar embarques, travar os armazéns e aumentar os custos para o produtor.

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O Porto de Paranaguá, no Paraná, é hoje responsável por 37,5% das exportações brasileiras de soja. Mas a grande concentração nos portos do Sul e Sudeste — que juntos respondem por 72,5% da capacidade nacional — mostra que o escoamento da produção está por um fio. Qualquer falha ou gargalo pode virar um problemão.

Imagem: arquivo pessoal

PARADOXO – Na opinião do presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, uma alternativa para aliviar essa pressão é o chamado Arco Norte, que engloba estados como Pará, Maranhão, Amapá, Rondônia e Amazonas. “A região tem grande potencial logístico, especialmente com rotas ligadas à BR-163, à Ferrovia Norte-Sul e aos terminais nos portos de Itaqui, Barcarena e Santarém. Se bem explorado, o Arco Norte pode ser o alívio que o agronegócio precisa para continuar crescendo sem travar nos portos”.

Rezende lembra que o Brasil vive hoje uma situação paradoxal. “Somos uma potência na produção de grãos, mas estamos operando no limite da nossa capacidade logística. Os portos, especialmente os do Sul e Sudeste, já estão saturados. Paranaguá, por exemplo, responde por quase 40% das exportações de soja, mas não tem estrutura para continuar crescendo nesse ritmo. Se não houver expansão urgente da malha portuária e diversificação para o Arco Norte, corremos o risco de não conseguir embarcar tudo o que produzimos”.

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“Outro ponto crítico é o armazenamento. A produção cresce ano após ano, mas nossos armazéns não acompanham. Hoje, o déficit de capacidade de estocagem no Brasil ultrapassa 80 milhões de toneladas, segundo a Conab. Isso força o produtor a escoar rapidamente a safra, mesmo em momentos de preços baixos, por pura falta de espaço. Quando a infraestrutura não acompanha o campo, o prejuízo é do agricultor”, analisa o presidente do Instituto do Agronegócio.

“Estamos, literalmente, numa sinuca de bico. Produzimos mais, temos mercado comprador, como é o caso da China, mas não conseguimos armazenar nem exportar com eficiência. O produtor faz a parte dele — planta, colhe, investe — mas o país precisa fazer a sua. É hora de parar de tratar infraestrutura como gasto e encarar como investimento estratégico. Caso contrário, vamos perder oportunidades e competitividade no cenário internacional”, alerta Isan Rezende.

Enquanto isso, os efeitos da guerra comercial continuam impulsionando a soja brasileira. Os prêmios da soja brasileira — que são os valores pagos acima da cotação padrão de Chicago — dispararam nos portos. Isso quer dizer que o comprador está disposto a pagar mais pela soja do Brasil, tanto pela urgência como pelo bom custo-benefício frente ao produto americano. “As importadoras estão tentando garantir o que ainda está disponível, limpar os estoques e abrir espaço para a nova safra”, explica um analista de mercado.

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Fonte: Pensar Agro

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Uberaba sedia a 90ª ExpoZebu e espera R$ 200 milhões em negócios

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Uberaba (480 km da capital, Belo Horizonte), realiza deste sábado até o próximo dia 4 de maio, a 90ª edição da ExpoZebu, considerada a maior feira da pecuária zebuína do mundo. O evento acontece no Parque Fernando Costa e promete movimentar a cidade e o setor agropecuário com julgamentos, leilões, lançamentos de tecnologias e grandes oportunidades de negócio.

Organizada pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), a feira deve reunir cerca de 400 mil visitantes, entre produtores rurais, técnicos, empresários e compradores de vários estados e também do exterior. Mais de 600 visitantes internacionais já confirmaram presença, reforçando a força da genética zebuína brasileira lá fora.

Neste ano especial, em que a ExpoZebu completa nove décadas, a expectativa da ABCZ é ultrapassar R$ 200 milhões em negócios, superando o volume do ano passado, que foi de R$ 192 milhões. A programação contará com 39 leilões oficiais, além de exposições, julgamentos de animais e concursos tradicionais.

Segundo Gabriel Garcia Cid, presidente da ABCZ, a feira é uma celebração do trabalho dos criadores de zebu e da potência da pecuária brasileira. “São 90 anos de dedicação para mostrar ao mundo a qualidade do nosso rebanho, da carne e do leite que produzimos. O zebu é peça-chave nesse sucesso”, afirma.

Para acomodar os mais de 2.500 animais inscritos nos julgamentos — um crescimento de 15% em relação ao ano anterior — foram instalados pavilhões provisórios no parque. A estrutura foi ampliada pensando no bem-estar dos animais e também no conforto dos expositores e visitantes, segundo Rodrigo Abdanur, gerente comercial de exposições da ABCZ.

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A programação também inclui o tradicional Concurso Leiteiro, que neste ano bateu recorde de participação, com mais de 80 matrizes inscritas. Além disso, a feira vai sediar fóruns, seminários técnicos e espaços de negócios voltados para a inovação no campo.

Autoridades de peso confirmaram presença na abertura, como o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, além da senadora Tereza Cristina, do senador Cleitinho Azevedo, do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion, e da prefeita de Uberaba, Elisa Araújo.

Para os produtores rurais, a ExpoZebu é uma grande vitrine de oportunidades. Além de ser um espaço para negócios, é também um momento de atualização, troca de experiências e valorização do trabalho no campo.

Veja programação aqui

Fonte: Pensar Agro

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Safra de cana confirma expansão da área plantada, apesar dos desafios climáticos

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A safra 2025/26 de cana-de-açúcar em Minas Gerais deve trazer um cenário de contrastes: de um lado, a produção total vai cair, mas de outro, a área plantada segue em crescimento, mostrando a força do setor no estado.

Segundo dados divulgados na Abertura da Safra Mineira de Cana-de-Açúcar 2025/2026, realizada na Usina Vale do Tijuco, em Uberaba, a produção prevista é de 77,2 milhões de toneladas, uma redução de 7,1% em relação à safra passada, que somou 83,14 milhões de toneladas. O principal motivo para essa queda foi a estiagem prolongada durante 2024, somada às chuvas abaixo da média na entressafra, o que comprometeu o desenvolvimento das lavouras e resultou numa retração de 12,5% na produtividade agrícola.

Apesar do impacto climático, o estado mostra vigor. De acordo com Mário Campos, presidente da Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (SIAMIG Bioenergia), Minas Gerais mantém a rota de crescimento e se consolida como o segundo maior produtor de cana do país. A área cultivada deve atingir 1,23 milhão de hectares, contra 1,12 milhão na safra anterior, um crescimento de 9,8%.

“Mesmo com os problemas climáticos enfrentados, o setor canavieiro mineiro continua firme, expandindo o plantio e investindo para o futuro”, destacou Campos durante o evento.

Outro ponto importante é a mudança no perfil da produção. A safra 2025/26 terá um mix mais açucareiro: 52,4% da cana será destinada à produção de açúcar e 47,6% ao etanol. Na safra anterior, o equilíbrio era praticamente meio a meio. Com isso, a expectativa é produzir 5,32 milhões de toneladas de açúcar e 3 bilhões de litros de etanol.

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Dentro desse cenário, o etanol anidro, usado na mistura da gasolina, terá um leve aumento de produção: 6,6% a mais que no ciclo passado, totalizando 1,28 milhão de metros cúbicos, impulsionado pela possibilidade de elevação do teor de etanol na gasolina, atualmente em estudo pelo Ministério de Minas e Energia.

No entanto, a qualidade da matéria-prima vai sentir o peso da estiagem. A previsão é de queda de 2,3% no Açúcar Total Recuperável (ATR) por tonelada de cana, o que pode afetar a eficiência industrial.

Mesmo assim, o setor segue investindo pesado em Minas Gerais. Um exemplo é a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA), que anunciou um ambicioso plano de investimentos de R$ 3,5 bilhões até 2033 para ampliar sua capacidade de moagem e produção de açúcar e álcool nas suas unidades de Uberaba, Limeira do Oeste e Canápolis. A empresa pretende criar 1.350 novos empregos diretos, somando-se aos 8 mil postos já existentes, e prevê atingir R$ 3,5 bilhões de faturamento em 2025.

“Esses investimentos comprovam a confiança no crescimento da bioenergia em Minas, que já é um dos setores mais estratégicos para a economia de baixo carbono no Brasil”, afirmou Carlos Eduardo Turchetto Santos, CEO da CMAA.

Atualmente, a cadeia produtiva da bioenergia em Minas está presente em 110 municípios, com 28 unidades industriais em operação, gerando mais de 190 mil empregos diretos e indiretos. Isso reforça a importância do setor para o desenvolvimento regional e a geração de renda no interior do estado.

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Mesmo em um ano desafiador do ponto de vista climático, o cenário é de otimismo. A ampliação da área cultivada, os investimentos anunciados e a busca por maior eficiência industrial mostram que o setor canavieiro mineiro está preparado para crescer ainda mais nos próximos anos.

O produtor rural, portanto, pode ver nessa expansão contínua uma boa oportunidade: seja para integrar novas áreas ao cultivo da cana, seja para investir em melhorias técnicas, aproveitando a demanda crescente por açúcar e etanol, que têm papel central no mercado interno e nas exportações brasileiras.

O setor também caminha alinhado com as novas exigências globais de sustentabilidade, reforçando o protagonismo de Minas Gerais na transição energética para uma economia mais limpa e renovável.

Fonte: Pensar Agro

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Recorde na produção de grãos faz Estado se destacar no cenário nacional

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A safra 2024/25 no Tocantins alcançou um marco histórico, com a colheita de 8,9 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 16% em relação ao ciclo anterior, quando o estado colheu 7,69 milhões de toneladas. Os dados foram revelados no 7º Levantamento da Safra de Grãos 2024/25, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que aponta o Tocantins como o maior produtor de grãos da Região Norte e o segundo maior das regiões Norte e Nordeste.

Esse crescimento reflete a tendência positiva que o Brasil está vivenciando em relação à produção agrícola, com uma expectativa de safra recorde de 330,3 milhões de toneladas, um aumento de 32,6 milhões de toneladas em comparação com o ciclo 2023/24. A produção de grãos no país, portanto, segue uma trajetória de expansão, e Tocantins tem se destacado como um dos principais estados nesse movimento.

Entre as principais culturas que impulsionaram os números do estado, a soja continua sendo o carro-chefe. A produção de soja no Tocantins alcançou 5,4 milhões de toneladas, um crescimento impressionante de 19,4% em relação à safra 2023/24. Esse desempenho é reflexo tanto das boas práticas agrícolas adotadas pelos produtores quanto do clima favorável, além da tecnologia aplicada nas lavouras. O bom desempenho da soja no estado acompanha a tendência nacional, que projeta uma colheita recorde de 167,9 milhões de toneladas da oleaginosa.

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Além da soja, outros grãos também apresentaram crescimento significativo. A produção de milho no Tocantins somou 2,4 milhões de toneladas, um aumento de 13,6% em relação ao ciclo anterior. O arroz, que é uma cultura tradicional no estado, teve um leve crescimento de 3,6%, somando 779,5 mil toneladas. O sorgo também teve um pequeno aumento, com 109,5 mil toneladas, um crescimento de 3,2%. No entanto, o feijão e o gergelim enfrentaram quedas na produção, com diminuições de 7,7% e 3,8%, respectivamente.

O aumento na produção de grãos no Tocantins reflete uma série de fatores favoráveis, incluindo investimentos em tecnologia, expansão de áreas agricultáveis e a melhoria na logística de transporte. O estado se beneficia da sua localização estratégica, com acesso aos principais mercados consumidores, além da infraestrutura rodoviária e ferroviária em expansão, o que facilita o escoamento da produção para os portos.

Para os produtores rurais, essa safra recorde representa uma oportunidade de crescimento e aumento na rentabilidade. A diversificação de culturas também é um ponto positivo, pois diminui os riscos com a dependência de um único produto. Com o aumento da produção e a tendência de valorização de alguns grãos, como a soja e o milho, os produtores têm mais alternativas para obter bons retornos.

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Entretanto, é importante que os agricultores continuem atentos aos desafios que podem surgir ao longo da safra, como a variação no preço dos insumos, o risco de intempéries climáticas e a necessidade de mais investimentos em práticas sustentáveis. A preservação do solo e o uso racional dos recursos naturais, por exemplo, são essenciais para garantir que o estado continue a ser uma referência na produção de grãos.

Em resumo, o Tocantins não apenas atingiu um recorde na safra 2024/25, mas também se consolidou como um dos pilares da produção agrícola nacional. O desempenho das lavouras no estado deve continuar a ser um indicativo do potencial do Brasil em sustentar sua posição como uma das maiores potências agrícolas do mundo.

Fonte: Pensar Agro

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