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Governo zera alíquota de importação de algumas commodities e gera riscos ao agro nacional

*Leandro Viegas- Foto-©2024 Sergio Simões
O Governo Federal anunciou recentemente a redução a zero das alíquotas de importação para produtos estratégicos do setor agropecuário, como carne, café, açúcar, milho e azeite. A medida, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), tem como objetivo conter a alta dos preços dos alimentos e amenizar os impactos da inflação, que vem pressionando o custo de vida da população. No entanto, especialistas do setor questionam a real efetividade dessa decisão, considerando que o Brasil já é um dos maiores e mais competitivos produtores desses itens no cenário global.
Atualmente, ocupamos posições de liderança na produção e exportação dos produtos contemplados na medida. Para se ter uma ideia, de acordo com os últimos dados do MAPA, o Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e está entre os três maiores produtores globais, com um custo de produção mais baixo que o de concorrentes como Estados Unidos, Austrália e Argentina. Também somos líderes mundiais na exportação de açúcar, sendo responsável por mais de 50% do mercado internacional.
No cultivo de café, os agricultores brasileiros alcançaram a posição de maior produtor e exportador do mundo, detendo cerca de 37% da oferta global. Já o milho é o segundo mais embarcado do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos, e se tornou essencial para a segurança alimentar de países como China, Irã e México.
Diante desse cenário, a decisão do governo levanta uma questão importante: quem venderá mais barato para o Brasil do que o próprio Brasil? Embora a medida abarque diversos produtos, o setor de carnes tem recebido destaque na discussão. Já que hoje, a carne bovina importada pelo Brasil é predominantemente de cortes premium, destinados a um público de maior poder aquisitivo. Países como Paraguai, Uruguai, Argentina, Austrália e Japão fornecem carnes de alto valor agregado, como Wagyu e cortes nobres selecionados.
Dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) indicam que as importações de carne representam menos de 1% do consumo total interno, sendo direcionadas, sobretudo, para restaurantes e mercados especializados. Como o País já oferece a carne bovina mais barata entre seus concorrentes internacionais, parece pouco provável que a redução da alíquota impacte o preço para o consumidor médio.
Outro ponto que enfraquece a justificativa da medida é o custo logístico envolvido na importação desses produtos. Ainda que a alíquota seja zerada, fatores como transporte, armazenamento, câmbio e burocracia alfandegária continuam a encarecer o preço final da mercadoria.
Para ilustrar, um carregamento de milho ou açúcar importado precisa passar por processos de desembaraço aduaneiro, pagamento de taxas portuárias e distribuição para o mercado interno, competindo com um produto nacional que já está próximo dos centros de consumo. No caso da carne, a importação exige ainda certificações sanitárias rigorosas, aumentando o tempo e o custo do processo.
Impactos para o agro e a economia
A decisão governamental gera preocupações no setor agropecuário, que vê a medida como um risco à competitividade dos produtores nacionais. Ao estimular a importação de produtos que o Brasil já produz com eficiência e competitividade, há receios de que pequenos e médios produtores sejam os mais prejudicados.
Além disso, o setor agrícola desempenha um papel central na nossa economia, respondendo por cerca de 25% do PIB nacional e 48% das exportações do país. Qualquer desestímulo à produção interna pode comprometer investimentos no setor e afetar empregos diretos e indiretos ligados ao agronegócio.
E aí chegamos a uma conclusão? Essa redução é uma solução ou algo paliativo e desesperado? Embora a zeragem das alíquotas de importação tenha sido apresentada como uma solução para conter a inflação, os fundamentos econômicos e logísticos indicam que seu impacto pode ser limitado. O Brasil já possui uma cadeia produtiva consolidada e preços competitivos nos produtos afetados, tornando questionável a real necessidade da medida.
Mais do que desonerar importações, o desafio do governo está na criação de políticas que estimulem a produtividade, a eficiência da logística e a previsibilidade do mercado interno. Caso contrário, medidas pontuais como essa podem acabar gerando mais incertezas do que soluções para o setor e para o consumidor brasileiro.
*Administrador, bacharel em Direito e CEO da Sell Agro.

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Tecnologia digital transforma produção agropecuária no Matopiba
A adoção de tecnologias digitais e práticas sustentáveis está promovendo uma transformação na produção de alimentos e biocombustíveis no Matopiba, região que abrange áreas do Cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A modernização do setor agrícola tem impulsionado o crescimento da produção, consolidando a região como um dos principais polos do agronegócio brasileiro.
Nos últimos 20 anos, a produção de soja no Matopiba quintuplicou, refletindo o avanço das tecnologias aplicadas ao campo. Soluções digitais voltadas para a otimização de processos, assistência técnica e planejamento estratégico têm permitido ganhos de produtividade e redução de impactos ambientais. Além das culturas tradicionais, como soja, milho e algodão, a diversificação agrícola tem ganhado espaço, incentivando o cultivo de espécies como a mamona, com grande potencial para o mercado de biocombustíveis.
O desenvolvimento da agricultura regenerativa é um dos pilares dessa evolução, com práticas que incluem rotação de culturas, uso de bioinsumos e fertilizantes sustentáveis. Essas estratégias não apenas aumentam a produtividade, mas também favorecem a recuperação do solo e a redução da dependência de fertilizantes químicos.
A incorporação de ferramentas tecnológicas tem possibilitado um monitoramento preciso da produção, permitindo que os agricultores otimizem a gestão das lavouras e tomem decisões estratégicas com base em dados. Soluções de agricultura de precisão, softwares de gestão e plataformas de análise climática estão entre as inovações que contribuem para uma produção mais eficiente e sustentável.
Além disso, alternativas de financiamento, como o barter (troca de insumos por colheitas futuras), têm facilitado o acesso dos produtores a novas tecnologias, promovendo maior estabilidade financeira e segurança no planejamento das safras.
A mamona, tradicionalmente cultivada no Nordeste, ressurge como uma cultura estratégica no Matopiba, impulsionada pelo crescimento da demanda por biocombustíveis. Com baixa exigência hídrica e capacidade de recuperar solos degradados, a cultura tem se destacado como uma opção viável para diversificação da produção. Além de contribuir para a sustentabilidade das propriedades, o cultivo da mamona gera novas oportunidades econômicas para os agricultores da região.
Apesar do avanço tecnológico, a expansão da produção no Matopiba enfrenta desafios estruturais. A infraestrutura de transporte e logística ainda apresenta limitações, dificultando o escoamento da produção. Investimentos em rodovias, ferrovias e terminais hidroviários têm sido discutidos como alternativas para melhorar a competitividade da região.
Outro desafio relevante é a necessidade de equilibrar o crescimento agrícola com a preservação ambiental. A região está inserida majoritariamente no bioma Cerrado, exigindo práticas de manejo responsável para garantir a sustentabilidade da produção. Muitas propriedades têm adotado estratégias alinhadas ao Código Florestal, promovendo o uso eficiente da terra e a conservação dos recursos naturais.
A ampliação das práticas de agricultura regenerativa e o avanço da digitalização no campo devem continuar moldando o futuro do agronegócio no Matopiba. Com investimentos em tecnologia, infraestrutura e capacitação, a região se consolida como um dos principais motores do crescimento agropecuário no Brasil, aliando produtividade e sustentabilidade em um cenário de constante evolução.
Fonte: Pensar Agro
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