Agro News
Novembro termina com plantio quase concluído, preços estáveis e mercado lento
O mercado brasileiro de soja apresentou em novembro estabilidade nos preços e uma comercialização pouco ativa. Esse cenário refletiu a oscilação entre o dólar e os contratos futuros em Chicago, que seguiram direções opostas. Com isso, muitos produtores optaram por focar nos trabalhos de campo, deixando as vendas em segundo plano.
Como resultado, a safra 2024/25 está praticamente semeada nos principais estados produtores, superando atrasos iniciais causados pela seca prolongada no Centro-Oeste. O retorno das chuvas em outubro e novembro foi essencial para impulsionar o plantio, que, em alguns estados, atingiu índices históricos.
Mato Grosso, líder nacional em produção, concluiu 100% do plantio da área estimada até 29 de novembro, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A produção estadual está projetada em 44,04 milhões de toneladas, com 38,35% já comercializados, frente aos 31,69% no mesmo período da safra anterior. A colheita deve ganhar ritmo em fevereiro de 2025, com oferta reduzida em janeiro.
No Paraná, segundo maior produtor, 99% da área prevista de 5,77 milhões de hectares foi plantada. Apesar do avanço, as condições das lavouras pioraram devido à irregularidade climática, especialmente nas regiões de Londrina, Cascavel e Umuarama. A estimativa de produção para o estado é de 22,3 milhões de toneladas.
No Rio Grande do Sul, o plantio alcançou 64% da área projetada de 6,81 milhões de hectares, conforme dados da Emater-RS. Embora superior ao índice do mesmo período da safra passada (46%), o ritmo ainda é inferior à média histórica de 70%. A produção no estado está estimada em 21,65 milhões de toneladas. Chuvas intensas são esperadas nos próximos dias, especialmente no norte e no centro do estado.
Goiás avançou no plantio, atingindo 87% da área prevista até 24 de novembro, segundo a Conab. O estado deve alcançar uma produção de 18,8 milhões de toneladas. Já em Mato Grosso do Sul, a semeadura chegou a 95,3% até 22 de novembro, com condições majoritariamente boas em todas as regiões. A área plantada é de cerca de 4,2 milhões de hectares.
Nas regiões sudoeste, oeste, nordeste, norte, centro, sudeste, o plantio está entre 93,3% e 98,6%.
MERCADO – Os preços da soja em novembro variaram pouco no mercado interno. Em Passo Fundo (RS), o valor subiu de R$ 134,00 para R$ 135,00; em Cascavel (PR), de R$ 139,00 para R$ 140,00; em Rondonópolis (MT), houve queda de R$ 149,00 para R$ 143,00; e em Paranaguá (PR), os preços permaneceram estáveis em R$ 144,00.
No mercado internacional, os contratos da soja para janeiro na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) registraram queda de 0,58%, fechando a US$ 9,88 ¾ por bushel. A colheita recorde dos Estados Unidos, que ultrapassou 120 milhões de toneladas, aliada ao bom desempenho das lavouras no Brasil e na Argentina, pressionou os preços globais.
A produção brasileira de soja para a safra 2024/25 é projetada em 171,78 milhões de toneladas, um aumento de 12,8% em relação à safra anterior. O aumento reflete a ampliação da área cultivada e a recuperação climática em regiões afetadas pela seca no ciclo anterior.
A competitividade no mercado internacional permanece em destaque. A possibilidade de mudanças nas políticas comerciais dos Estados Unidos, incluindo possíveis tensões comerciais com a China, pode beneficiar o Brasil, principal fornecedor alternativo para o mercado chinês.
Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio busca alternativas para evitar impactos da moratória da UE nas exportações
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Produtores sofrem com onda de calor e temem perdas irreversíveis
Com temperaturas ultrapassando os 43°C em diversas regiões, produtores do Rio Grande do Sul relatam perdas irreversíveis nas lavouras de soja e milho. A ausência de chuvas significativas desde dezembro agravou a situação, especialmente para as plantações de soja precoce da safra 2024/25, que enfrentam ressecamento dos grãos e, em alguns casos, risco de perda total caso a estiagem persista.
De acordo com o último boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a irregularidade das precipitações no estado tem comprometido o desenvolvimento das culturas. Áreas de soja semeadas em outubro já apresentam perdas consolidadas, enquanto o milho enfrenta restrições hídricas que impedem seu pleno desenvolvimento. Atualmente, cerca de 70% das plantações de soja no Rio Grande do Sul estão nas fases de floração e enchimento de grãos, períodos críticos que demandam maior disponibilidade de água.
A situação é ainda mais preocupante em municípios como Caxias do Sul, Erechim, Frederico Westphalen, Ijuí, Passo Fundo, Pelotas, Santa Maria, Santa Rosa e Soledade, onde o déficit hídrico e as altas temperaturas têm reduzido o porte das plantas e comprometido a produtividade. Em algumas localidades, produtores estimam quebras de até 50% na produção devido à seca prolongada.
A atual onda de calor intensifica as preocupações dos agricultores, que já enfrentaram desafios semelhantes em safras anteriores. No estado, 61 municípios declararam estado de emergência devido às condições climáticas adversas. A continuidade dessa situação pode resultar em impactos econômicos significativos para o agronegócio gaúcho, setor vital para a economia regional e nacional.
Diante desse cenário, é fundamental que produtores e autoridades monitorem de perto as condições climáticas e adotem medidas que possam mitigar os efeitos da estiagem e do calor extremo nas lavouras, visando assegurar a sustentabilidade da produção agrícola no estado.
Fonte: Pensar Agro
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Fazendas do Brasil têm baixa emissão de carbono
Um estudo inédito, conduzido pelas consultorias Fauna Projetos e Instituto Inttegra, foi publicado recentemente em uma das principais revistas do agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A pesquisa analisou 103 fazendas de gado em 12 estados brasileiros e revelou que 70% dessas propriedades operam com baixa emissão de gases de efeito estufa, sendo que muitas já sequestram mais carbono do que emitem.
O levantamento destacou que sistemas produtivos mais intensivos apresentam menor impacto ambiental. Fazendas que adotam manejo eficiente de pastagens, suplementação nutricional adequada e reduzem a idade de abate dos animais obtêm melhores resultados na redução de emissões. A integração lavoura-pecuária-floresta também contribui significativamente para a retenção de carbono no solo e para a melhoria do ambiente produtivo.
A pesquisa enfatizou a importância da preservação ambiental, mostrando que áreas de reserva legal bem manejadas auxiliam na captura de carbono e na manutenção do equilíbrio climático. Além disso, a recuperação de pastagens degradadas tem impacto direto na redução de emissões, pois pastos bem manejados absorvem e fixam mais carbono no solo.
Este estudo faz parte de um esforço contínuo para mapear a realidade da pecuária tropical e ampliar a base de dados sobre a emissão de gases no setor. A iniciativa visa fornecer informações precisas que reflitam a produção nacional, evitando que dados imprecisos sejam utilizados por terceiros.
A expansão da pesquisa está prevista para abranger 300 fazendas até o meio do ano, com a meta de alcançar 3.000 propriedades no futuro. Isso criará uma das maiores bases de dados sobre emissões na pecuária mundial, consolidando o Brasil como referência em pecuária sustentável.
Os resultados reforçam que a eficiência produtiva e a sustentabilidade caminham juntas. Investimentos em manejo adequado e boas práticas agrícolas são fundamentais para a descarbonização da economia global, posicionando a pecuária brasileira como aliada no combate às mudanças climáticas.
Veja a pesquisa completa aqui
Fonte: Pensar Agro
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