Agro News
Produtores veem impacto limitado em plano do governo para reduzir preços dos alimentos

O governo federal anunciou um pacote de medidas para reduzir os preços dos alimentos, incluindo a isenção da alíquota de importação para itens da cesta básica e o reforço nos estoques públicos. A iniciativa busca ampliar a oferta no mercado interno e conter a inflação dos alimentos, que tem pressionado o custo de vida da população nos últimos meses. No entanto, especialistas e representantes do setor agropecuário avaliam que os efeitos podem ser limitados.
Entre os produtos que terão a alíquota de importação zerada estão carne, café, açúcar, milho, azeite, óleo de girassol, óleo de palma, sardinha e massas. Segundo o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, as medidas ainda precisam passar pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) e devem entrar em vigor nos próximos dias. “O governo está abrindo mão de imposto em favor da redução de preço”, afirmou Alckmin.
O pacote também inclui a ampliação do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), permitindo que carnes, leite, ovos e mel inspecionados em níveis municipais e estaduais possam ser vendidos em todo o país. A meta do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é dobrar o número de estabelecimentos registrados no sistema, passando dos atuais 1.550 para 3.000, o que pode aumentar a concorrência e reduzir custos no setor de proteínas animais.
Outro ponto destacado pelo governo é a intenção de reforçar os estoques públicos de alimentos básicos, buscando garantir a oferta e a estabilidade dos preços em momentos de alta inflação. Além disso, os financiamentos do Plano Safra devem priorizar a produção de itens da cesta básica, oferecendo mais incentivos para produtores que abastecem o mercado interno.
O governo federal também propôs que os estados reduzam ou zerem o ICMS sobre itens essenciais. “Cada estado tem uma situação econômica diferente, mas estamos pensando como Brasil. Seria um esforço adicional dos governos estaduais para complementar a ação do governo federal”, afirmou Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). Caso adotada, a medida pode ampliar a redução dos preços finais ao consumidor.
Imagem: assessoria
REPERCUSSÃO – Apesar da iniciativa, representantes do setor agroindustrial avaliam que o impacto das medidas pode ser limitado. Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), apontou que a isenção da alíquota de importação do açúcar pode não ter efeitos práticos, já que o Brasil não importa o produto. “Não existe esse fluxo hoje. Teremos que observar como isso se desenrola na prática”, afirmou. No entanto, ele destacou que o aumento da competitividade pode impactar os custos de produção e estimular melhorias na cadeia produtiva.
No setor de proteínas animais, a medida foi bem recebida. Perosa afirmou que a redução das tarifas de importação de insumos, como o milho, pode reduzir os custos da produção de carne bovina. “Isso poderá dar um novo alento ao custo do confinamento do boi, com impacto direto no preço da carne nos supermercados. Acredito que, em 15 dias, essa redução já possa ser percebida nas gôndolas”, avaliou.
O anúncio das medidas ocorreu após um dia de reuniões entre o governo e mais de 20 representantes de entidades e empresas do setor agropecuário e da indústria de alimentos. Além de Alckmin, participaram os ministros da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, da Casa Civil, Rui Costa, e membros do Ministério da Fazenda.
Para o presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende (foto), a decisão do governo de zerar a alíquota de importação de alimentos pode aliviar pontualmente os preços para o consumidor, mas é uma solução de curto prazo. “O que realmente garantiria uma redução sustentável no custo dos alimentos seria o fortalecimento da produção nacional, com menos burocracia, mais segurança jurídica e investimentos em infraestrutura logística”, disse Rezende.
“A ampliação do sistema de inspeção é um passo positivo para aumentar a competitividade no setor de proteína animal, permitindo que pequenos e médios produtores alcancem mercados maiores. No entanto, precisamos garantir que essa expansão seja acompanhada de capacitação e suporte técnico para que os produtores consigam se adequar às exigências e realmente se beneficiar da medida”, ponderou o presidente do IA.
Rezende lembrou que “se os estados aderirem à proposta de zerar o ICMS sobre itens da cesta básica, poderemos ter um impacto significativo no preço final ao consumidor. Mas é importante lembrar que essa é uma decisão estadual, e nem todos os governadores podem estar dispostos a abrir mão dessa arrecadação. O ideal seria uma reforma tributária que reduzisse a carga de impostos sobre a produção e o consumo de alimentos de forma permanente”.
O impacto real das medidas dependerá de sua implementação e da adesão dos estados à proposta de isenção do ICMS. O governo, por sua vez, avalia que este é apenas um primeiro passo e que outras ações podem ser anunciadas nos próximos meses.
Fonte: Pensar Agro

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Câmara avalia Projeto que propõe retirar a obrigatoriedade do CAR
Está em análise na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 220/25, que propõe retirar a obrigatoriedade do Cadastro Ambiental Rural (CAR) como critério para identificar imóveis rurais aptos a receber indenizações do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). A iniciativa busca corrigir distorções que, segundo o autor do projeto, prejudicam produtores que compartilham uma mesma área de cultivo.
Atualmente, quando dois agricultores exploram um mesmo imóvel de forma independente, mas estão vinculados a uma única inscrição no CAR, qualquer acionamento do Proagro por um deles impacta o outro, mesmo que suas atividades sejam distintas. O projeto visa desvincular essa exigência, permitindo que os produtores sejam tratados de forma individualizada no programa de indenização.
Outra mudança prevista na proposta é a criação de um fundo específico para os recursos do Proagro que não forem utilizados. A intenção é garantir uma reserva financeira para períodos de maior necessidade, reduzindo a dependência de aportes emergenciais e dando mais previsibilidade ao programa. Dessa forma, o governo teria um colchão financeiro para lidar com perdas no setor agrícola sem precisar recorrer a remanejamentos urgentes de orçamento.
Caso seja aprovado, o projeto alterará a Lei 12.058/09, que trata do apoio financeiro da União aos estados e municípios. O CAR, que atualmente é um registro obrigatório para todos os imóveis rurais com o objetivo de regularizar e monitorar áreas produtivas, deixaria de ser um critério para a liberação das indenizações do Proagro.
O Proagro é um mecanismo do governo federal que ampara agricultores familiares e produtores de pequeno porte em casos de perdas na lavoura por eventos climáticos extremos ou pragas. A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para entrar em vigor, precisa ser aprovada tanto na Câmara quanto no Senado.
Fonte: Pensar Agro
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Embate entre ciência e política expõe riscos para produção avícola mundial
A crise sanitária provocada pela gripe aviária altamente patogênica (HPAI) nos Estados Unidos reacendeu um embate entre a ciência e setores políticos que minimizam a gravidade da doença. De um lado, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) anunciou um investimento de US$ 100 milhões para pesquisas e ações de prevenção. De outro, autoridades ligadas ao presidente Donald Trump sugerem uma abordagem arriscada: permitir que o vírus se espalhe entre as aves para identificar quais seriam naturalmente imunes.
A proposta, defendida pelo secretário de Saúde e Serviços Humanos, Robert F. Kennedy Jr., e pela secretária de Agricultura, Brooke Rollins, gerou forte reação entre especialistas e produtores. Para o setor avícola, que já contabiliza bilhões de dólares em perdas, a ideia representa um risco econômico e sanitário sem precedentes.
Desde o início do surto, em 2022, quase 170 milhões de aves foram abatidas nos EUA, impactando severamente a oferta de carne de frango e ovos. Agora em 2025, em apenas 2 meses, mais de 30 milhões de galinhas poedeiras foram sacrificadas, elevando os preços dos ovos e pressionando a cadeia de abastecimento.
De acordo com o Conselho de Exportadores de Frango e Ovos dos EUA (USAPEEC), as perdas no mercado de exportação já ultrapassam US$ 1,99 bilhão, enquanto o impacto no consumo interno é estimado em US$ 6,44 bilhões. Caso a disseminação proposital do vírus fosse adotada como estratégia, o setor teme um colapso ainda maior.
“Você colocaria mais vírus no ambiente, aumentando o risco de contaminação. Isso afetaria não apenas a produção, mas também os trabalhadores e os consumidores”, alerta Greg D. Tyler, presidente do USAPEEC.
A disseminação intencional da gripe aviária também poderia agravar os problemas de saúde pública. A cepa H5N1, predominante nos EUA, já infectou mamíferos e registrou casos em humanos. Além disso, a recente detecção da variante H7N9 levanta preocupações adicionais, pois essa cepa possui histórico de maior transmissibilidade para humanos.
O embate em torno da gripe aviária reflete uma divisão mais ampla nos EUA entre políticas baseadas na ciência e posições que minimizam riscos sanitários e ambientais. Durante a pandemia de Covid-19, essa mesma polarização foi observada na resistência de setores políticos ao uso de vacinas e medidas de contenção.
Agora, a sugestão de deixar o vírus da gripe aviária circular livremente reforça essa tendência. Enquanto o USDA defende uma resposta baseada em ciência e biossegurança, integrantes da ala conservadora do governo americano apostam em uma estratégia de “imunidade natural”, que especialistas consideram perigosa e irresponsável.
O desfecho desse embate terá impactos não apenas nos EUA, mas em toda a cadeia global de produção de proteínas. O aumento da mortalidade de aves, a volatilidade dos preços e o risco de novas mutações do vírus podem afetar a segurança alimentar em diversos países, reforçando a necessidade de políticas sanitárias baseadas em evidências científicas.
O Brasil, líder mundial na exportação de carne de frango, observa a crise nos EUA com atenção. Embora o país nunca tenha registrado casos da doença em sua avicultura industrial, a chegada da gripe aviária em aves silvestres fez com que as medidas de biosseguridade fossem intensificadas.
“Biosseguridade é a nossa principal defesa. Seguimos rigorosos protocolos para evitar qualquer contaminação e garantir a segurança da produção”, afirma Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Segundo especialistas, a posição geográfica do Brasil também favorece a proteção contra o vírus, já que as principais rotas migratórias de aves silvestres infectadas estão distantes do território nacional.
Fonte: Pensar Agro
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Selic em 14,25% ao ano exige maior planejamento financeiro
O aumento da taxa Selic pressiona os custos de financiamento para micro e pequenas empresas, tornando essencial um planejamento financeiro eficiente. Com juros mais altos, empreendedores precisam revisar suas estratégias para evitar endividamento e garantir a sustentabilidade dos negócios.
Para auxiliar nesse cenário, o Sebrae oferece cursos e consultorias voltadas à gestão financeira e ao acesso ao crédito. A maioria das capacitações está disponível gratuitamente na plataforma digital da instituição, permitindo que empresários aprendam sobre planejamento financeiro, fluxo de caixa e melhores opções de financiamento. Além dos cursos, o Sebrae atua no Programa Acredita, facilitando o acesso ao crédito por meio do Fundo de Aval para Micro e Pequena Empresa (Fampe), que prevê R$ 30 bilhões em operações nos próximos três anos.
Essas formações incluem orientações sobre como revisar o planejamento financeiro, avaliar linhas de financiamento disponíveis e adotar estratégias para reduzir os impactos das taxas de juros elevadas.
O Sebrae disponibiliza cursos online e presenciais em diversas áreas da gestão financeira e acesso ao crédito. As capacitações podem ser acessadas gratuitamente por meio da plataforma digital da instituição, que permite que os empreendedores estudem de forma flexível e no seu próprio ritmo. Algumas formações mais específicas podem ter custos, mas a maioria das iniciativas voltadas para micro e pequenos negócios é gratuita.
Entre os conteúdos oferecidos, destacam-se:
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Educação financeira para pequenos negócios: aborda conceitos essenciais para organizar as finanças da empresa e melhorar a gestão do fluxo de caixa.
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Acesso ao crédito: ensina como identificar as melhores opções de financiamento e como utilizar os recursos de forma estratégica.
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Planejamento financeiro: orienta empreendedores na construção de um plano financeiro eficiente para enfrentar oscilações econômicas.
Além dos cursos, o Sebrae também oferece consultorias individuais e ferramentas para ajudar os empresários na tomada de decisão financeira.
Fonte: Pensar Agro
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