Nacional
Com o novo plano de educação, governo e educadores querem superar quadro de 11 milhões de analfabetos no Brasil

“Quem está na EJA não são as pessoas que, em tese, deram certo: são pessoas fruto da violação de direitos. São senhoras e senhores que tiveram que trabalhar desde cedo, que cuidaram do filho dos outros, que não tiveram oportunidade na idade certa e nós precisamos resgatar para eles esses direitos”, argumenta Ana Lúcia.
Piores índices
As taxas de analfabetismo são mais críticas na zona rural (14,7%), entre os mais pobres (9,1%) e as pessoas com deficiência (20%). Por raça ou cor, o problema atinge 16,1% de indígenas, 10,1% de pretos, 8,8% de pardos e 4,3% de brancos.
Os dados ainda mostram que 54% da população não alfabetizada está na região Nordeste.
A EJA foi reconhecida na Constituição de 1988, mas 1.009 municípios ainda não oferecem esses cursos.
Queda de matrículas
Outro desafio a ser enfrentado é a queda nas matrículas, que passaram de cerca de 5 milhões, em 2007, para 2,3 milhões, em 2024. Para enfrentar esse quadro, o governo aposta no Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação da EJA, lançado no passado com adesão de todos os estados e 94% dos municípios.
Entre os destaques desse pacto, Ana Lúcia Sales cita o Programa Brasil Alfabetizado, a formação de professores e educadores populares e os agentes de governança do pacto nos territórios. “Hoje nós temos cerca de 2 mil pessoas entre articuladores, coordenadores e formadores nos territórios para falar: ‘a EJA está aqui’”, afirma Ana Lúcia.
A diretora ressalta que a EJA funciona com acolhimento. “Um educador que pergunta: ‘olá, Dona Maria, como vai seu neto?’ Se o educador não estiver sensível, forte e corajoso para resgatar esse sujeito, ele vai evadir, ele não vai ficar.”
Financiamento
Algumas dessas diretrizes estão na proposta de novo PNE que o governo encaminhou à Câmara. A maioria dos educadores concordou com os pontos centrais, mas houve novas sugestões.
A professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) Maria Machado lembrou que o Fórum de Educação de Jovens e Adultos, que ela representa, já encaminhou 29 sugestões de emenda ao texto, sobretudo com reforço dos mecanismos de financiamento.
“A educação de jovens e adultos não será uma pauta de política pública que possa ser minimamente enfrentada sem ser encarada como uma pauta intersetorial. E, para isso, é preciso um financiamento que seja coerente..
Educação profissional
O Sesc atende cerca de 20 mil estudantes por meio de 148 cursos de EJA em 22 departamentos regionais. Entre 2014 e 2024, o número de matrículas praticamente dobrou, sobretudo devido à ampliação do ensino à distância (EaD), modalidade que pode ser aperfeiçoada por meio do PNE.
Representante do Sesi, maior rede de educação básica fora da estrutura governamental, Leonardo Pedreira defendeu a meta de que, no mínimo, 25% das matrículas da EJA no ensino fundamental seja integrada à educação profissional. Essa meta já estava prevista no atual PNE (2014/24), mas não chegou nem a 5%.
“O [novo] PNE vai ser uma ferramenta absolutamente estratégica para a gente garantir as ferramentas, as metas e as estratégias como país.”
Evasão escolar
Outros educadores também sugeriram mudanças no texto a fim de incrementar metas de redução da evasão escolar na EJA (que hoje tem taxa média de 70%), monitoramento e compromisso político.
O relator da comissão especial, deputado Moses Rodrigues (União-CE), falou do cronograma de trabalho.
“Foram apresentadas 3.070 emendas ao plano nacional e nós estamos discutindo com todos os parlamentares para aperfeiçoar todos os objetivos. A nossa previsão é apresentar o [[g substitutivo]] ainda no mês de julho e o nosso planejamento é de que, em setembro, a gente possa votar na comissão especial.”
Os debates em torno do novo PNE também acontecem em seminários regionais.
Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Rachel Librelon
Fonte: Câmara dos Deputados

Nacional
Câmara aprova regime de urgência para três projetos

A Câmara dos Deputados aprovou o regime de urgência para três propostas, que poderão ser votadas nas próximas sessões do Plenário.
Confira:
- PL 1978/25, do deputado Ribamar Silva (PSD-SP), que aumenta em 1/3 a pena para o crime de maus-tratos quando a vítima for pessoa com deficiência;
- PL 1881/25, da Defensoria Pública da União, que cria o Fundo de Fortalecimento do Acesso à Justiça, Promoção dos Direitos Fundamentais e Estruturação da Defensoria Pública da União (FDPU) para fortalecer a atuação institucional do órgão no cumprimento de suas funções essenciais;
- PL 2795/23, da deputada Fernanda Pessoa (União-CE), que institui o programa saúde da criança nas escolas e determina a distribuição de lentes corretivas e aparelhos auditivos para os alunos da educação básica.
Os projetos com urgência podem ser votados diretamente no Plenário, sem passar antes pelas comissões da Câmara.
Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Câmara dos Deputados
Nacional
Câmara aprova projeto que aperfeiçoa sistema de alerta sobre desaparecimento de criança, idoso ou pessoa com deficiência

A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que aperfeiçoa o sistema de alerta imediato em caso de desaparecimento de criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência. A proposta foi aprovada em Plenário na madrugada desta quarta-feira (16) e será enviada ao Senado.
De autoria do ex-deputado Delegado Francischini, o Projeto de Lei 9348/17 foi aprovado com substitutivo do relator, deputado Kim Kataguiri (União-SP), que denomina esse tipo de notificação de “Alerta Pri”.
Atualmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente já prevê que a investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada imediatamente após notificação aos órgãos competentes.
Esses órgãos deverão comunicar o fato a portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e internacionais, fornecendo todos os dados necessários à identificação do desaparecido.
Iguais regras são acrescentadas ao Estatuto do Idoso e à Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência para o desaparecimento desse público. Nessas três leis, o relator inclui ainda que a notificação deverá ser repassada também às empresas de telefonia móvel, que enviarão alerta imediato e gratuito para os usuários da região do desaparecimento.
Segundo o relator, as notificações tanto por SMS como por serviço de mensagem e redes sociais são de extrema importância, pois os meios não se sobrepõem. “As ferramentas tecnológicas podem auxiliar a tornar mais céleres as formas de comunicação e divulgação da informação para a busca de desaparecidos”, disse Kim Kataguiri.
Em 2024, cerca de 4,4 mil crianças e adolescentes desapareceram em São Paulo, sendo localizadas pouco mais de 4 mil delas, segundo a Secretaria de Segurança Pública estadual. “Esse volume de casos justifica, cada vez mais, o uso de ferramentas novas, que permitam a participação da comunidade na prevenção e na repressão à violação de direitos desse público vulnerável”, afirmou Kataguiri.
Segundo a deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), o fato de os dados serem divulgados em redes sociais e aparelhos telefônicos é um ganho para a população. “As mães sofrem e a família sofre quando sequer consegue identificar os desaparecidos”, afirmou.
Política de busca
Já na lei que criou a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas, o texto de Kataguiri inclui as empresas de telefonia móvel e os provedores de aplicações de internet, especialmente os serviços de mensageria e redes sociais, entre as empresas com as quais o poder público tentará celebrar convênios para a transmissão de alertas urgentes sobre o desaparecimento de crianças e adolescentes.
Atualmente, os convênios especificados são apenas com emissoras de rádio e televisão. Com a mudança, os acordos se estendem a esses outros instrumentos de comunicação e abrangem ainda o desaparecimento de pessoas idosas e pessoas com deficiência.
No entanto, os critérios da lei continuam os mesmos:
- deve haver confirmação do desaparecimento pelo órgão de segurança pública competente;
- deve haver evidência de que a vida ou a integridade física da criança ou do adolescente desaparecido está em risco;
- o alerta deve conter descrição detalhada da criança ou do adolescente desaparecido, bem como do suspeito ou do veículo envolvido no ato.
Adicionalmente, a lei sobre a política de busca restringe o alerta aos casos em que houver informações suficientes para a identificação e a localização da criança ou do adolescente desaparecido ou do suspeito.
Por outro lado, o texto legal vigente prevê que o alerta não será feito se a difusão da mensagem puder implicar aumento do risco para a criança ou o adolescente desaparecido ou comprometer as investigações em curso.
Rastreamento
O projeto também permite que os delegados autorizem os prestadores de serviços de telecomunicações ou os provedores de aplicações de internet a utilizarem nos alertas dados de localização da pessoa desaparecida obtidos com o rastreamento de seu aparelho celular por meio de decisão judicial.
A emissão dos alertas por essas empresas será coordenada por autoridade a ser definida pelo Poder Executivo, garantindo a identificação do desaparecido, a padronização, a validade e a autorização das informações a serem transmitidas, nos termos de regulamento.
Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei
Reportagem – Eduardo Piovesan e Tiago Miranda
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Câmara dos Deputados
Nacional
Motta espera votação rápida no Senado da proposta que altera regras sobre precatórios

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que falará ainda nesta madrugada com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para pedir a votação pelos senadores nesta quarta-feira (16) da proposta que altera regras sobre precatórios. O texto teve origem no Senado e foi aprovado pela Câmara com alterações na noite desta terça-feira (15).
Motta ressaltou a importância da proposta para o País. “Esta Casa, nesta noite, dá uma grande colaboração ao Brasil, aos nossos municípios e estados. A todos os prefeitos e prefeitas que aguardaram tanto tempo a aprovação desta matéria”, afirmou.
De autoria do Senado, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 66/23 retira os precatórios federais do limite de despesas primárias do Executivo a partir de 2026; limita o pagamento dessas dívidas por parte de estados e municípios; e refinancia dívidas previdenciárias desses entes com a União.
Saiba mais sobre a tramitação de propostas de emenda à Constituição
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Pierre Triboli
Fonte: Câmara dos Deputados
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