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Cibersegurança exige responsabilidade e diligência coletivas

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*Cesar Augusto Paiva

As mais de 103 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos em 2022 colocam o Brasil em segundo lugar entre os países da América Latina mais atingidos pelos cibercrimes. O valor representa um aumento de 16% no número de casos em relação a 2021. As ameaças cibernéticas são um fenômeno crescente no atual ambiente operacional digitalizado e conectado. As mesmas tecnologias que permitiram a transformação dos negócios também oportunizam crimes cibernéticos. Um recente estudo divulgado pela Proofpoint, Inc., empresa líder em cibersegurança e compliance, chamado State of the Phish, revelou que oito em cada 10 empresas brasileiras (78%) registraram, ao menos, uma experiência de ataque de phishing por e-mail em 2022, e 23% sofreram perdas financeiras como resultado. Ainda, 58% das empresas nacionais sofreram uma tentativa de ataque de ransomware no ano passado, com quase metade (46%) sendo bem-sucedido.

Embora os ransomware (espécie de malware cripotografado de sequestro de dados) e os golpes de comprometimento de e-mail comercial sejam opções mais conhecidas e populares de ataques cibernéticos, o estudo revelou que os hackers estão evoluindo e ampliando seu portfólio, por assim dizer, para processos menos conhecidos e mais nocivos para as organizações globais. E a extorsão on-line não é recente: um relatório apresentado em 2020 pela Kaspersky, empresa de cibersegurança com filial em São Paulo, revelou que ataques contra sistemas de controle industriais (ICS) cresceram após 12 meses de queda. Dentre os setores analisados, petróleo & gás, engenharia & integração de ICSs e energia foram os segmentos mais afetados por invasores.

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Cabe pontuar que fatores como sistemas desatualizados, acesso remoto sem a aplicação das devidas melhores práticas de cybersegurança, infraestrutura digital inadequada, falta de alinhamento dos setores de operação com a área de gestão de risco em TI, contribuíram para agravar o cenário e conduzir à exposição do ambiente interno das empresas. Na era da Indústria 4.0, a cibersegurança é fundamental, já que tudo está conectado. Hoje, mais do que nunca, é necessário desenvolver mecanismos capazes de prevenir ou mitigar riscos e falhas para se defender de criminosos virtuais.

A falta de segurança tem sido custosa: um estudo da Kivu Consulting, consultoria global de segurança cibernética, aponta que o setor industrial gastou mais do que qualquer outro setor no ano de 2020, com pagamentos de resgate a ataques de ransomware girando em torno de US$ 6,9 milhões.

Ataques cibernéticos pela internet podem ser podem ser devastadoras para uma empresa, visto que os criminosos obtêm acesso aos dados e sistemas – muitas vezes sigilosos – das organizações. Ataques cibernéticos em sistemas de tecnologia de automação, por exemplo, repercutem e podem causar graves danos em diversos ambientes e operações fabris, além de afetar finanças, vendas, reputação, segurança da informação, interrupção de produção e, no pior dos casos, acidentes pessoais e ambientais.

Fato é que a segurança cibernética não é incumbência apenas do setor de TI, devendo as empresas apostarem em uma abordagem holística de elevada prioridade nas agendas da alta administração e dos conselhos. A operação digital pode gerar diversas oportunidades para criminosos em ambientes de TI (information technology) e de OT (operating technology), uma vez que os sistemas de controle industrial de fábricas e manufaturas trabalham de forma ininterrupta.

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O risco de interconexões digitais entre as organizações ainda é um agravante. Em outras palavras, não significa que uma organização em particular será o alvo de ataques diretamente. Muitas vezes, pode ser uma organização dentro de uma rede (de fornecedores ou clientes, por exemplo) que tenha grande impacto e ingerência nos negócios. A compreensão desses tipos de associações entre as empresas – clusters – é crucial na prevenção de ameaças cibernéticas, garantindo que todas as partes cumpram os padrões de segurança e compartilhem abertamente informações sobre ameaças.

Uma estratégia de segurança cibernética cuidadosamente projetada é uma boa ferramenta para orientar o desenvolvimento de uma organização em direção a sistemas de TI e OT mais seguros e para fortalecer rotinas confiáveis nas operações diárias. Esse processo de estratégia pode, por exemplo, incluir a identificação e avaliação dos riscos potenciais, uma avaliação realista do estado atual da cibersegurança na organização, inclusive a sua rede de negócios, bem como a tomada de decisões sobre áreas de desenvolvimento e alocação de recursos. Ainda, é importante aumentar a conscientização dos colaboradores sobre ameaças cibernéticas por meio de comunicação, treinamento e exercícios de crise.

Conscientes dos efeitos potencialmente devastadores nos negócios, executivos seniores e outros profissionais da alta administração e do conselho estão cada vez mais atentos à relevância da segurança cibernética. Devido aos enormes impactos potenciais, a prevenção deve ser parte integrante do gerenciamento de riscos de uma empresa, e um plano de recuperação de ataques cibernéticos precisa ser incluído no plano estratégico e de continuidade de negócios. Também é bom vislumbrar que os riscos relacionados à segurança cibernética precisam ser reavaliados com mais frequência – de preferência, em tempo real. Tudo isso torna a segurança cibernética uma questão de nível estratégico.

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No ambiente de negócios em que hoje se opera, é responsabilidade de todas as áreas e cadeias de valor de uma organização, e de sua alta administração, criar um ambiente e uma cultura de segurança cibernética. Segundo o “Relatório de Seguros Contra Ciberataques: Como otimizar a alocação de capital e mitigar riscos do sistema de informação”, da Bravo Research, estima-se que US$ 10,429 bilhões serão destinados à responsabilidade cibernética apenas neste ano. A empresa que não investir em uma boa gestão de riscos, visando minimizar as ameaças de ciberataques, corre não apenas riscos financeiros, mas de integridade dos seus colaboradores, bem como riscos ao meio ambiente, esses talvez, irreversíveis.

Cesar Augusto Paiva é Especialista em Automação da Valmet

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Leucemia Mieloide Aguda: uma luta contra o tempo

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André Crepaldi

Recentemente, Fabiana Justus, filha do empresário e apresentador de televisão Roberto Justus, compartilhou com seus seguidores em uma rede social que está enfrentando uma batalha contra a leucemia mieloide aguda, e acabou trazendo à tona um assunto delicado e que é justamente tratado n a campanha “Fevereiro Laranja”.

A ideia de levar essa temática para o debate nacional é justamente alertar sobre esse tipo de câncer e quais são os sintomas, ainda desconhecidos da população em massa, que devem ser observados para que a doença possa ser tratada o quanto antes aumentando as chances de vida.

A leucemia é uma doença complexa que pode ser classificada de acordo com as células que foram afetadas. Quando as do tipo linfóides são atacadas, ela é denominada leucemia linfoide, linfocítica ou linfoblástica.

Por outro lado, quando as mielóides são o alvo, a enfermidade é chamada de leucemia mieloide ou mieloblástica, como é o caso de Fabiana, conforme diagnóstico fechado pela equipe médica que a acompanha.

Na corrida contra o relógio, pacientes com essa enfermidade enfrentam uma batalha. Esta forma agressiva de câncer afeta as células sanguíneas, levando à produção descontrolada de glóbulos brancos imaturos na medula óssea. O diagnóstico precoce é crucial.

Porém, muitas vezes a doença só é detectada em estágios avançados, dificultando o tratamento. Os sintomas podem variar desde fadiga extrema até infecções frequentes e sangramentos inexplicáveis. Manchas roxas, dores na perna, febre e gânglios aumentados também são comumente relatados.

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O tratamento tradicional inclui quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, transplante de medula óssea. Dentre as leucemias, a mieloblástica evolui de forma mais rápida. Entretanto, vale ressaltar que quando ocorrida entre os mais jovens, como é o caso de Fabiana, que possui 37 anos de idade, as chances de cura são animadoras.

Isso, principalmente, quando se faz um transplante de medula óssea. A maior dificuldade neste caso, no entanto, é encontrar um doador compatível, por isso é importante que todos se cadastrem para ser um doador. O procedimento é seguro e rápido e a sua doação pode salvar vidas.

*André Crepaldi é oncologista e atua na clínica Oncolog em Cuiabá

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A Internet: ágora moderna

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Foto- Assessoria

A democracia, por pressupor a participação de todas as pessoas capacitadas na tomada de decisões governamentais, seja diretamente por meio de plebiscito, seja indiretamente por meio de representantes eleitos, sempre teve como pressuposto, como necessidade inerente, a livre circulação das idéias. Na Grécia antiga isso se fazia na ágora, local em que os cidadãos se reuniam para debater os problemas da cidade e decidir os rumos da política.

Conforme a democracia se expandiu para abarcar nações inteiras e faixas cada vez mais amplas da população – mulheres e jovens, por exemplo – o local do debate público, não podendo comportar todo mundo no mesmo lugar físico, também se expandiu para se tornar cada vez mais imaterial: livros, jornais, rádio, TV.

A mais nova ágora da democracia é a Internet. Por meio da internet absolutamente qualquer pessoa pode manifestar sua opinião por meio de vídeos, áudios ou textos, levantar seu protesto, sugerir melhorias, pedir auxílio, sem limitação.

Fica claro que qualquer um que busque regulamentar a discussão política nas redes sociais da internet – seja sob o pretexto de combate ao discurso de ódio, seja sob a absurda e auto-contraditória alegação de proteção da democracia – é um inimigo do regime democrático e só pretende impossibilitá-lo.

Se quisermos que a democracia sobreviva no Brasil, devemos lutar para que a Internet – e todos os meios de divulgação de idéias – seja um ambiente de comunicação livre de censura ideológica.

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Cláudio Ferreira – Empresário, biólogo, professor e deputado estadual

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Israel x Hamas: Quais são as perspectivas para o futuro?

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Thays Felipe David de Oliveira

No último dia 7 de outubro, o grupo islâmico Hamas, que é considerado atualmente como terrorista por algumas potencias, como Estados Unidos, realizou um bombardeio surpresa em Israel. Esse ataque pode ser considerado como um dos maiores nos últimos anos, já tendo vitimado mais de 1,9 mil pessoas, entre militares e civis.

É válido salientar que a tensão persistente entre Israel e o Hamas é um tema que tem desafiado os esforços internacionais de resolução de conflitos por décadas, remontando ao estabelecimento do Estado de Israel em 1948, quando milhares de palestinos foram deslocados de seus territórios.

Desde então, as tensões têm persistido, exacerbadas por disputas territoriais, questões de segurança e desafios na implementação de acordos de paz anteriores. Com o ataque do último final de semana, um dos maiores que Israel já sofreu, e conforme as réplicas já realizadas na Faixa de Gaza, comandada pelo Hamas, é possível que haja um escalonamento do conflito no médio a longo prazo.

Além disso, as grandes potências mundiais, como Estados Unidos, França, Itália, Alemanha e Reino Unido, já se pronunciaram a favor de Israel e estão enviando apoio em material bélico. Por outro lado, o Hamas detém o apoio do Irã e de alguns países do continente africano.

Por fim, em relação a quanto tempo pode perdurar esse conflito, é possível afirmar que não há previsão de paz, nem que ela ocorra em pouco tempo, resultando em implicações devastadoras para as populações envolvidas. Civis inocentes sofrem as consequências diretas da violência, resultando em perdas de vidas e danos materiais significativos.

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Neste contexto, a comunidade internacional tem um papel vital a desempenhar na resolução do embate, através de esforços diplomáticos e pressões construtivas. Só assim será possível favorecer um ambiente propício para o diálogo e a negociação de soluções sustentáveis para a paz.

*Thays Felipe David de Oliveira, doutora em Ciência Política e professora do curso de Relações Internacionais da Estácio

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